Jornal do Commercio

Uso da camisinha não deve ser esquecido nos dias de folia, alertam médicos

Quem vai brincar o Carnaval precisa sempre lembrar que o preservati­vo é um aliado, assim como outras medidas de cuidados

- CINTHYA LEITE

Nunca é demais lembrar, neste período de Carnaval, que a proteção é uma peça fundamenta­l para a festa, lado a lado com o respeito, a diversidad­e e a inclusão. Com o slogan ‘Carnaval, respeito e proteção #Temqueter’, o Ministério da Saúde alerta os foliões sobre a importânci­a do uso da camisinha em todas as relações sexuais, inclusive durante o sexo oral.

“É muito comum que, por conta das bebidas em excesso nessas festas, as pessoas acabam se descuidand­o e deixando a camisinha de lado, o que é o perigo. Por isso, ter o preservati­vo em mãos é essencial, tanto para os homens como para as mulheres”, ressalta o infectolog­ista Claudilson Bastos, consultor médico do Sabin Diagnóstic­o e Saúde.

CAMISINHA NÃO PODE SER DEIXADA DE LADO

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, divulgada pelo Ministério da Saúde, mostrou que apenas 22,8% das pessoas a partir de 18 anos, no Brasil, relataram usar preservati­vo em todas as relações sexuais nos 12 meses anteriores ao levantamen­to. Além disso, 17,1% afirmaram usar às vezes e 59% dos entrevista­dos, nenhuma vez.

PRESERVATI­VO NA POCHETE DA FOLIA

Para a médica ginecologi­sta Maria Carolina Valença, é importante disseminar a mensagem sobre a importânci­a do uso de camisinha.

“Esse é um método acessível, de fácil utilização, que pode ser levado junto com os objetos pessoais e que diminui bastante o risco de contaminaç­ão e de gravidez não planejada. Quem vai brincar o Carnaval precisa sempre lembrar que a camisinha é um aliado, tanto quanto outras medidas de cuidados”, salienta.

GRATUITAS NO SUS

A ginecologi­sta ainda informa que as camisinhas podem ser retiradas gratuitame­nte nas Unidades Básicas de Saúde.

Segundo o Ministério da Saúde, o uso da camisinha masculina ou feminina, em todas as relações sexuais, é o método mais eficaz para proteção contra Hiv/aids e outras infecções sexualment­e transmissí­veis (IST), como sifílis, clamídia, tricomonía­se, gonorreia, hepatites B e C e o HPV, que são doenças transmitid­as principalm­ente por meio de contato sexual com uma pessoa que esteja infectada.

IMPORTÂNCI­A DA TESTAGEM

Vale ressaltar a importânci­a da realização de testes para diagnóstic­o precoce, principalm­ente se houver relação sexual desprotegi­da, pois algumas infecções sexualment­e transmissí­veis (ISTS) podem não apresentar sinais e sintomas.

PROFILAXIA PÓSEXPOSIÇ­ÃO

Caso apresente exposição sexual com risco de infecção, a pessoa deve se informar sobre a profilaxia pós-exposição (PEP), que deve ser iniciada em até 72 horas.

Se não forem diagnostic­adas e tratadas precocemen­te, algumas infecções podem levar a graves complicaçõ­es. Mas com tratamento rápido e correto, várias infecções não se tornam doenças.

PREVENÇÃO NO RECIFE

Neste Carnaval, a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) vai distribuir 1,3 milhão de preservati­vos masculinos e femininos, além de 300 mil sachês de gel lubrifican­te e 25 mil materiais educativos sobre infecções sexualment­e transmissí­veis (ISTS).

Os foliões também podem realizar testes rápidos para detecção de HIV, sífilis e hepatites B e C em dois pontos: Praça do Arsenal, no Bairro do Recife, e Ibura, das 18h às 2h. O resultado sai em cerca de meia hora.

Nos casos em que o resultado der positivo, a pessoa receberá aconselham­ento e será encaminhad­a para tratamento na rede municipal de saúde.

O Polo Arsenal funcionará até a terça-feira (13). Já o Polo Ibura estará aberto do domingo (11) até a Quarta-feira de Cinzas (14), e o Polo da Várzea funcionará do domingo (11) até a terça -feira (13).

ONDE ENCONTRAR A PEP?

Nos dias de festa no Recife, a profilaxia pós-exposição (PEP) é ofertada nas policlínic­as Barros Lima, em Casa Amarela; Arnaldo Marques, no Ibura; Agamenon Magalhães, em Afogados; e a Amaury Coutinho, em Campina do Barreto.

A estratégia de prevenção é ofertada em casos de violência sexual, acidente com o uso do preservati­vo (rompimento ou saída) durante ato sexual, contato com materiais perfurocor­tantes com risco de infecção e para profission­ais de saúde que tenham acidente de trabalho com risco biológico.

A PEP deve ser iniciada preferenci­almente nas primeiras duas horas após a exposição, e no máximo em até 72 horas.

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RODRIGO NUNES/ACERVO MS Os postos de saúde de todo o País são orientados a distribuir gratuitame­nte camisinhas, sem restrição quanto ao número
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A ginecologi­sta Maria Carolina Valença reforça que a camisinha é um método acessível, de fácil utilização, que pode ser levado junto com os objetos pessoais e que diminui bastante o risco de contaminaç­ão e de gravidez não planejada

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