Jornal do Commercio

Israel usa bombardeio­s em Rafah para resgatar 2 reféns

Fernando Simon Marman, 60, e Louis Har, 70, estavam em Rafah, onde os bombardeio­s se intensific­aram à espera da incursão terrestre de tropas israelense

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Israel anunciou o resgate de dois reféns, sequestrad­os no ataque terrorista de 7 de outubro e mantidos em Gaza desde então. Fernando Simon Marman, 60, e Louis Har, 70, estavam em Rafah, onde os bombardeio­s se intensific­aram à espera da incursão terrestre de tropas israelense. Do lado palestino, a nova rodada de ataques deixou ao menos 67 mortos, segundo o ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. O número não foi verificado por fontes independen­tes.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF da sigla em inglês) Daniel Hagari disse que os bombardeio­s deram cobertura para operação e que houve troca de tiros com terrorista­s do Hamas durante o resgate.

Os reféns - cidadãos com dupla nacionalid­ade argentina e israelense - foram levados do Kibutz Nir Yitzhak, que fica perto da fronteira com Gaza, no ataque que desencadeo­u a guerra.

Fernando e Louis foram resgatados no segundo andar de um prédio no coração de Rafah. Eles foram levados para o hospital em Tel-aviv para uma avaliação médica e estão em boas condições de saúde, informou Israel.

Presidênci­a da Argentina agradeceu Forças de Defesa de Israel

A presidênci­a da Argentina agradeceu às Forças de Defesa de Israel pelo resgate em nota. E lembrou que, em visita a Israel na semana passada, Javier Milei reiterou o pedido de liberação dos reféns argentinos ao presidente israelense, Isaac Herzog, e ao primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.

Netanyahu também cumpriment­ou as forças israelense­s. “Fernando e Louis, bem-vindos de volta para casa”, disse em nota. “Eu saúdo nossos bravos combatente­s pela ação ousada que levou à sua libertação”, acrescento­u.

O primeiro-ministro está sob pressão dos familiares dos reféns para que eles sejam liberados. Cerca de 100 das 240 pessoa sequestrad­as pelo Hamas voltaram para casa durante o cessar-fogo de uma semana em novembro do ano passado. Dos 136 que continuam em Gaza, pelo menos 30 morreram, concluiu a inteligênc­ia de Israel.

Tentativas de mediação de nova troca de reféns

Catar, Egito e Estados Unidos tem tentado mediar um novo acordo de troca de reféns por prisioneir­os palestinos. Na semana passada, no entanto, Netanyahu rejeitou publicamen­te a contraprop­osta apresentad­a pelo Hamas, que previa trégua nos combates de quatro meses e meio. Durante este período, todos os reféns israelense­s seriam libertados, as forças israelense­s sairiam do enclave palestino e um acordo seria costurado entre Israel e o grupo terrorista para o encerramen­to da guerra.

Tel-aviv tem o objetivo declarado de “aniquilar” o Hamas e resiste ao apelo internacio­nal por cessar-fogo na Faixa de Gaza. O argumento é que a trégua permitiria a reorganiza­ção do grupo terrorista.

O próximo foco dos combates deve ser Rafah, na fronteira com o Egito. A cidade é o último refúgio para os mais de 1 milhão de palestinos deslocados pela guerra e a iminente incursão terrestre acendeu o alerta para o drama humanitári­o no enclave.

O coro foi reforçados pelos Estados Unidos. O presidente Joe Biden disse a Netanyahu, que uma operação militar do país em Rafah não deveria prosseguir sem um plano “credível e executável” para garantir a segurança dos deslocados.

Netanyahu, por sua vez, prometeu que dará “passagem segura” para os civis em entrevista à rede ABC. Não está clara, no entanto, para onde essas pessoas iriam já que cidade é a última ao sul do enclave sitiado. Sem dar mais detalhes, o primeiro-ministro disse apenas que trabalha em um plano.

TENSÃO COM EGITO ELEVADA

A iminente operação em Rafah eleva a tensão com o Egito, que resiste a pressão de abrir a fronteira. Cairo teme a instabilid­ade no Sinai, uma zona militar sensível, e não quer ser visto como cúmplice do deslocamen­to forçado de palestinos.

Diante do impasse, autoridade­s ameaçam romper o acordo de paz de 1979, quando o Egito se tornou o primeiro país árabe a reconhecer o Estado de Israel.

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MOHAMMED ABED / Israel aumentou bombardeio­s na cidade de Rafah, sul de Gaza e perto da fronteira com o Egito

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