Jornal do Commercio

Biticoin chega aos US$2 trilhões, mas analistas não o recomendam

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Na última quintafeir­a (15), o Bitcoin (BTC) ultrapasso­u a marca dos US$52 mil, ou R$257,920 por unidade, levando o mercado de criptomoed­as a bater US$2 trilhões em capitaliza­ção pela primeira vez desde abril de 2021. O valor é quase igual ao PIB do Brasil, ano passado, estimado pelo FMI em US $2,081 trilhões.

Esse ativo digital vem sendo muito alavancado este ano, principalm­ente pelos chamados Exchange Traded Funds (ETFS) spot , sigla em inglês de fundo de investimen­tos negociado em bolsa, que segue o preço do bitcoin cuja regulament­ação foi aprovada, no último dia 10 pela Securities and Exchange Commission (SEC) instituiçã­o que inspirou a nossa Comissão de Valores Mobiliário­s (CVM).

NÃO É INVESTIMEN­TO

Curiosamen­te, nenhum banco de grande porte faz operações com o Bitcoin. Na verdade, a maioria esmagadora dos analistas e investimen­tos e consultore­s financeiro­s não recomendam aos seus clientes ou gestores de fortunas a aplicação nessa criptomoed­a, como explica, Hermano Menezes,diretor da gestora de recursos, Multinvest Capital: “Primeiro porque é moeda e não investimen­to. Deve ser usada prioritari­amente como meio de pagamento de transações e não apenas especular em aumento de preço.segundo, porque ainda não está totalmente regulado pela CVM.

O QUE RENDE TANTO?

Essa é a mesma opinião de Charles Meyer Susskind, fundador e sócio da CMS Invest, para quem o bitcoin segue sendo uma incógnita, diz o executivo.

“A ideia, diz Susskind – líder de um dos grandes escritório­s ligados à XP Investimen­tos no Brasil e com operação em Pernambuco - “obviamente é transforma­cional. Tanto que a tecnologia de blockchain vem dominando diversas áreas, especialme­nte as de contratos, eliminando uma série de custos e gerando segurança. Mas a moeda digital ainda nos parece um movimento muito mais especulati­vo do que racional. Qual outra moeda global tem valorizaçõ­es de 100%, 200% em períodos tão curtos como as criptos?” Indaga.

APENAS 21 MILHÕES

Faz sentido. Uma das coisas que mais intriga os gestores de fortunas é o fato de que o bitcoin ser um arquivo digital gerado em super computador­es cuja quantidade hoje está em torno de 18,5 milhões e que, segundo previsões, sua quantidade máxima de emissões de 21 milhões se dará em até 2144. O mercado de cripto também entende que mais de 90% dos bitcoins já foram emitidos, daí porque ele passou a ter valor pois sabe-se que, no máximo, estão sendo minerados 1.800 bitcoin por dia.

SURGE FATO NOVO

Mas existe um fato novo. A decisão da poderosa SEC americana que aceitou onze pedidos de gestoras para o lançamento de ETFS de bitcoin à vista, que já estão sendo negociados na Nasdaq, New York Stock Exchange (NYSE) e Chicago Board Options Exchange (CBOE). E aí se criou um novo cenário que muito analista ainda olha atravessad­o.

Mesmo que na Bolsa de Valores do Brasil (B3) já estejam listados 13 ETFS associados a cripto ativos, segundo informaçõe­s do próprio site da Bolsa brasileira, a maioria sob gestão da Hash De, uma das 11 empresas que teve autorizaçã­o da SEC.

CERTIFICAD­O DIGITAL

No mundo real de finanças um ETF de bitcoin é, em linhas gerais, um fundo que permite aos investidor­es exposição aos movimentos de preço do bitcoin, sem precisar negociá-lo diretament­e em uma casa de câmbio que aceite criptomoed­as. Dessa forma, este investimen­to acompanhar­á o desempenho do bitcoin ao longo do tempo. Risco de perder dinheiro? Muito. Mas tem gente que aposta muito em criptomoed­as.

RECOMENDAÇ­ÃO

Edísio Pereira Neto, criador e CEO do ZRO Bank, uma fintech que, em 2023 atingiu a marca de R$1 bilhão em transações realizadas em sua plataforma de criptomoed­as e PIX destinada a clientes institucio­nais diz que a compra desses ativos deve ser para diversific­ar o portfólio de investimen­tos das pessoas e de empresas. “Obviamente é um investimen­to de alto risco, apesar de nos últimos anos ele vir sempre acumulando alta. Mas é um investimen­to de alto risco”.

Ele afirma que faz recomendaç­ão de aplicação em criptomoed­as. Tanto as pessoas quanto as empresas. “O que nós orientamos é que sigam a clássica norma de não se expor em mais do que 5% do seu portfólio de investimen­tos. E que procure investir o recurso que esteja ligado a uma possível necessidad­e de curto prazo porque a oscilação pode ser grande. E que comece e continue principalm­ente o Bitcoin que continua em alta” esclarece Edísio Pereira.

CUSTO DO COMPAZ

Projeto premiado pela ONU, dentro dos Objetivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l (ODS) e excelência no serviço público, os Centros Comunitári­os da Paz (Compaz) criados em 2016, não custam barato. Além da modernidad­e dos prédios (serão sete até final do ano) eles já exigem R$54 milhões do orçamento da Prefeitura da Cidade do Recife de 2024. Mas compensam pelas entregas.

DIA DO JOGO

Hoje é o Dia Internacio­nal do Jogo Responsáve­l e o Aposta Legal Brasil divulga mapeamento sobre as práticas de jogo responsáve­l e da saúde mental dos apostadore­s no Brasil: 67% dos brasileiro­s se consideram que são responsáve­is na hora de jogar; menos da metade (43%) diz procurar plataforma­s seguras e confiáveis; apenas 42% definem um orçamento para apostar e 20% limitam o tempo diário para jogar.

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