Jornal do Commercio

Governo estuda a federaliza­ção de rodovias estaduais no País

A equipe criada para a missão terá representa­ntes de secretaria­s da pasta e também do Departamen­to Nacional de Infraestru­tura de Transporte­s (DNIT) e da Infra S.A.

- ROBERTA SOARES

Na tentativa de melhorar a qualidade da malha rodoviária brasileira - que em 2023 tinha quase 70% de sua extensão comprometi­da, segundo pesquisa da Confederaç­ão Nacional dos Transporte­s (CNT) -, o governo federal começou a estudar a possibilid­ade de federaliza­r algumas estradas estaduais, ou seja, geridas pelos Estados.

Nesta sexta-feira (16/2), o Ministério dos Transporte­s criou um grupo de trabalho (GT) para analisar a incorporaç­ão de rodovias estaduais à malha rodoviária federal (BRS), sob gestão do governo federal. “Será criado grupo de trabalho para promover ações sobre os procedimen­tos relativos aos processos de incorporaç­ão de rodovias estaduais”, dizportari­apublicada­nodiário Oficial da União (DOU). Sob coordenaçã­o da Secretaria Nacional de Transporte Rodoviário, o grupo tem como objetivo fazer uma ampla revisão das normas e procedimen­tos que possam trazer mais celeridade e transparên­cia ao processo de incorporaç­ão de rodovias estaduais pelo Governo Federal.

REDE DE INTEGRAÇÃO NACIONAL

Como parte dos trabalhos está a definição da Rede de Integração Nacional (Rinter). Estabeleci­da por meio da Lei nº 12.379/2011, a rede compõe a parte estratégic­a da malha rodoviária federal e segue critérios técnicos como por exemplo: ligação entre capitais, integração regional e interestad­ual, atendiment­o de volume de transporte de grande relevância econômica e promoção de ligações indispensá­veis à segurança nacional. Pela primeira vez, em mais de dez anos da publicação da lei, toda a malha rodoviária federal constante no Sistema Nacional de Viação (SNV) será analisada. “Para entregar uma infraestru­tura cada vez melhor aos brasileiro­s, nós precisamos focar namoderniz­açãodenorm­as, como é o caso de todo trabalho que faremos no que diz respeito à federaliza­ção de rodovias estaduais. E, quanto à Rinter, que é a definição de um recorte estratégic­o da malha rodoviária (seguindo critérios técnicos), depois de muitosanos,ogtvaicump­rir o que está na lei desde 2011. Tudoissopa­raquepossa­mos avançar”, afirmou a secretária Nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse.

MAIS INVESTIMEN­TOS E PEDÁGIO

A transforma­ção de rodovias estaduais em BRS permiteque­asestradas­recebam maisinvest­imentos,inclusive readequaçã­o da capacidade viária - ou seja, duplicação da via -, algo que os Estados quase nunca conseguem executar. E também amplia a possibilid­ade de concessão pública das rodovias, com a cobrança de pedágio.

Aequipeter­árepresent­antes de secretaria­s da pasta e também do Departamen­to Nacionalde­infraestru­turade Transporte­s (DNIT) e da Infra S.a.teráamissã­odeanalisa­r os normativos sobre a federaliza­ção relativos ao modo rodoviário; elaborar estudo para definição da relação descritiva das rodovias integrante­s da Rede Nacional de Integração (Rinter); e avaliar procedimen­tos para a atualizaçã­o da relação descritiva das rodovias pertencent­es ao Subsistema Rodoviário Federal.

O grupo técnico terá prazo de vigência de noventa dias, automatica­mente prorrogáve­is pelo mesmo período, e será extinto com a plena consecução dos objetivos, diz a portaria.

Com informaçõe­s do Estadão Conteúdo

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HÉLIA SCHEPPA/SEI Pernambuco, inclusive, tem duas rodovias estaduais entre as dez piores do País em 2023. Na pesquisa de 2022 tinha quatro, segundo a Confederaç­ão Nacional de Transporte (CNT)
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transforma­ção de rodovias estaduais em BRS permite que as estradas recebam mais investimen­tos
A transforma­ção de rodovias estaduais em BRS permite que as estradas recebam mais investimen­tos

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