Jornal do Commercio

Argentina consegue em janeiro 1º superávit fiscal mensal em mais de 10 anos

O primeiro mês completo de governo do novo presidente, que assumiu em dezembro, terminou com um balanço positivo para as finanças do setor público argentino:

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Ogoverno argentino anunciou, na noite de sexta-feira (16), que obteve em janeiro um superávit fiscal mensal pela primeira vez em quase 12 anos, em meio a fortes medidas de corte de gastos impulsiona­das pelo presidente ultraliber­al Javier Milei.

O primeiro mês completo de governo do novo presidente, que assumiu em dezembro, terminou com um balanço positivo para as finanças do setor público argentino: o superávit foi de cerca de 589 milhões de dólares (R$ 2,93 bilhões) no câmbio oficial, produto de maiores receitas do que despesas. A cifra também contempla o pagamento de juros da dívida pública.

É o “primeiro superávit financeiro [mensal] desde agosto de 2012 e o primeiro superávit financeiro em um mês de janeiro desde 2011”, indicou o Ministério da Economia, segundo a agência oficial Télam.

O “déficit zero não se negocia”, publicou na rede social X o ministro da Economia, Luis Caputo, em uma mensagem na qual cita Milei, cujo governo se compromete­u com o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) a alcançar o equilíbrio das finanças públicas este ano.

RECUPERAÇíO DA ECONOMIA

“Vaaaamooos Toto!”, respondeu Milei pela mesma rede social em referência a Caputo, para em seguida acrescenta­r seu lema de campanha, que também se transformo­u em slogan de seu governo: “Viva a liberdade, caralho!”

A Argentina mantém um acordo de empréstimo de 44 bilhões de dólares (R$ 218,9 bilhões, na cotação atual) com o FMI e, nesse contexto, o déficit fiscal zero é a principal meta da gestão de Milei, economista que propõe uma forte redução do gasto público e dos passivos do Estado para estabelece­r a dolarizaçã­o da economia.

Após a desvaloriz­ação de 50% do peso argentino, a liberaliza­ção dos preços e fortes aumentos de tarifas, a inflação de janeiro na Argentina alcançou 20,6% e o índice acumulado nos últimos 12 meses foi de 254,2%. Em 2023, último ano de governo de Alberto Fernández, a inflação fechou em 211%.

Além disso, a pobreza alcança 45% da população, segundo dados oficiais.

Milei prevê uma recuperaçã­o da economia em cerca de três meses.

“Será como uma espécie de ‘V’, um primeiro momento de queda, com o período mais difícil em torno de março e abril, que é quando chegará ao fundo e, a partir daí, começará a se recuperar. E quando se abrir o ‘cepo’ [restrições ao acesso a dólares que se mantém desde 2019], a economia vai disparar”, estimou.

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LUIS ROBAYO/AFP Javier Milei, presidente da Argentina

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