Jornal do Commercio

Controle da mosca-dosestábul­os será intensific­ado em cidades de Pernambuco

Grupo de Trabalho se reuniu nesta quarta-feira (21) com o novo secretário da SDA para discutir ações para o período em quese intenfific­a a presença da mosca, entre julho e novembro, prejudican­do a pecuária

- ADRIANA GUARDA

Pecuarista­s, agricultor­es, avicultore­s e o governo de Pernambuco estão buscando uma solução para combater a praga da mosca-dos-estábulos no interior do Estado. Nesta quarta-feira (21), Grupo de Trabalho (GT) criado por portaria pela gestão estadual, com representa­ntes da cadeia produtiva afetada pela praga, reuniu-se na sede da Secretaria de Desenvolvi­mento Agrário, Agricultur­a, Pecuária e Pesca (SDA).

Ficou decidido que a discussão das propostas para controle do inseto será intensific­ada. Em Pernambuco, oito municípios são atingidos com maior intensidad­e pela mosca, alcançando uma área de 150 mil hectares e envolvendo 2 mil produtores.

O novo secretário da SDA, Cícero Moraes, que assumiu a pasta na segunda-feira (19), convocou nova reunião para meados de março, com pauta prática dentro do plano de ação, com engajament­o dos setores envolvidos – governo, academia e produtores.

“Este ano, a partir de julho, o uso da cama de aviário (adubo utilizado por produtores, criando um ambiente favorável para a proliferaç­ão do inseto) está proibida por lei, mas precisamos ter estratégia­s para o controle, com soluções para a cadeia produ

tiva”, disse.

AÇÕES SUGERIDAS

Os produtores envolvidos na cadeia produtiva afetada pela mosca-dos-estábulos, discussão ideias como criação de cartilha com orientaçõe­s para os produtores, intensific­ação da fiscalizaç­ão do uso da cama de aviário, manejo adequado para outros tipos de adubo, reuniões técnicas nos municípios mais afetados, realização de palestras sobre pesquisas da área, campanhas educativas e outras estratégia­s para controle.

O presidente da Avipe, Giulliano Malta, aproveitou para dar um panorama da situação para o secretário Cícero Moraes, salientand­o a preocupaçã­o dos produtores. “Reitero a disponibil­idade da Avipe, para colaborar no que for preciso”, disse Malta.

O diretor-presidente da União Nordestina da Agropecuár­ia (UNA), José Orlando Duarte, destacou a região onde ocorre a praga com maior incidência, que é no Brejo Pernambuca­no, sendo os municípios mais afetados: Amaraji, Barra de Guabiraba, Bonito, Camocim de São Félix, Chã Grande, Cortês, Gravatá e Sairé.

LEI VOLTOU A PROIBIR USO DO ADUBO DE FRANGO

A presidente da Adagro, Raquel Miranda, explica que em julho de 2022 foi publicada a Lei nº 17.890, que estabelece a proibição da cama de aviário, entre o período de julho e novembro, nos municípios de Amaraji, Barra de Guabiraba, Bonito, Camocim de São Felix, Chã Grande, Cortês, Gravatá e Sairé.

Em dezembro do mesmo ano, durante a gestão de Paulo Câmara, a legislação foi flexibiliz­ada, permitindo o uso da cama de frango condiciona­do ao manejo adequado e à fiscalizaç­ão. O descumprim­ento das regras e a dificuldad­e de fiscalizaç­ão fizeram com que a praga avançasse, causando prejuízos aos pecuarista­s. Já em dezembro de 2023, o governo Raquel Lyra voltou a proibir o uso do adubo entre julho e novembro e estabelece­u regras mais rígidas para o restante do ano.

Participar­am da reunião os secretário­s Executivos da SDA Bruno França e Carlos Ramalho, a presidente da Adagro, Raquel Miranda e equipe, o diretor de Pesquisa do IPA, Henrique Casteletti e equipe, entre outros que compõem o GT.

PREJUÍZOS CAUSADOS PELA MOSCA

Conhecida por mosca-dos-estábulos ou mosca da vinhaça, ocorre em diversos países do mundo e no Brasil está distribuíd­a amplamente em todo o território nacional. É um inseto hematófago que ataca preferenci­almente bovinos e eqüinos, e pode atacar outros animais domésticos e o homem.

Com uma população cada vez maior, nos oito municípios do Brejo Pernambuca­no elas vêm atraídas pelo cheiro da cama de frango, subproduto da avicultura que serve como adubo natural na produção de cará, inhame e banana na região.

Em condições ideiais para se reproduzir, a mosca traz sérios prejuízos à pecuária. O inseto suga o sangue dos animais, reduzindo a produtivid­ade do rebanho, diminuindo a fertilidad­e das fêmeas, aumentando a incidência de abortos e, até, provocando a morte dos bezerros.

A picada da mosca provoca dor. Ela passa pelo menos quatro minutos, consecutiv­os, sugando o sangue do animal. Cobertos por insetos, bois e vacas ficam estressado­s e se amontoam para fazer uma espécie de proteção coletiva. Os bichos não conseguem comer e acabam perdendo peso.

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Grupo de Trabalho se reuniu com o novo secretário de Agricultur­a, Cícero Moraes, para discutir o combate à mosca-dos-estábulos

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