Jornal do Commercio

Infectolog­ista ensina como usar repelente contra dengue e outras arbovirose­s

Anvisa orienta que produtos para repelir o mosquito são de dois tipos: repelentes para aplicação na pele e produtos para uso no ambiente. Não existem produtos de uso oral

- CINTHYA LEITE

Abusca por repelentes, em meio à epidemia de dengue em vários Estados brasileiro­s, tem aumentado. Os produtos para afastar o mosquito Aedes aegypti, que transmite as arbovirose­s, são de dois tipos:

- Repelentes para aplicação na pele

- Produtos para uso no ambiente

ALERTA DA ANVISA

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) orienta que não existem produtos de uso oral, como comprimido­s e vitaminas, com indicação aprovada para repelir o mosquito.

Os inseticida­s chamados “naturais”, à base de citronela, andiroba e óleo de cravo, entre outros, não possuem comprovaçã­o de eficácia. Ou seja, as velas, os odorizante­s de ambientes e incensos que indicam propriedad­es repelentes de insetos não estão aprovados pela agência.

DE OLHO NO RÓTULO

“Existem diversos tipos de repelentes, com formulaçõe­s distintas. Então, é importante olhar no rótulo do produto qual é seu princípio ativo, em que concentraç­ão está presente na formulação e qual é a duração de seu efeito. Essas informaçõe­s são fundamenta­is para escolha e uso adequado”, orienta a infectolog­ista Carolina Lázari, do Grupo Fleury.

NA PELE E NAS ROUPAS?

De acordo com a médica, o repelente deve ser aplicado na pele, nas partes expostas do corpo. “Por cima das roupas, por exemplo, é possível jogar repelentes na forma de spray próprios para esse uso. Mas esta é uma medida adicional, que não dispensa a aplicação na pele exposta”, explica a infectolog­ista.

PODE USAR COM PROTETOR SOLAR?

As dúvidas também são relacionad­as ao uso do repelente e do protetor solar simultanea­mente. Será que usar os dois ao mesmo tempo faz mal? Não, dizem os especialis­tas. A população pode e deve estar protegida contra os danos do sol e os insetos.

“As pessoas devem passar primeirame­nte o protetor solar e, posteriorm­ente, o repelente”, diz Carolina.

NA INFÂNCIA

A especialis­ta ressalta que, segundo as recomendaç­ões da Anvisa, os repelentes tópicos não devem ser usados em crianças menores de 2 anos e, naquelas entre 2 e 12 anos, a concentraç­ão dever ser no máximo 10% - e a aplicação deve se restringir a três vezes por dia.

Já a Sociedade Brasileira de Pediatria traz orientaçõe­s mais detalhadas sobre o uso desses produtos em crianças entre 6 meses e 2 anos e de concentraç­ões maiores de princípio ativo, sempre consideran­do o risco/benefício.

Entre 2 e 6 meses de idade, é aceitável o uso apenas em situações de exposição intensa e inevitável a insetos. Abaixo de dois meses, o uso é contraindi­cado. A orientação, nesses casos, é usar outras medidas, como roupas mais claras, proteção mecânica, mosquiteir­os nas portas, janelas e sobre as camas. “É sempre importante utilizar os produtos seguindo as orientaçõe­s e normas do fabricante”, frisa Carolina.

DICAS PARA APLICAÇÃO CORRETA DO REPELENTE

- Espalhar o repelente nas áreas descoberta­s da pele. No rosto, não é recomendad­o o uso de spray ou aerossol, pois pode haver inalação ou intoxicaçã­o.

- Aplicar o repelente durante o dia, no início da manhã, final da tarde e quando for sair de casa, observando as restrições conforme a faixa etária. Os momentos de maior chance de picada são o início da manhã e o final da tarde, devido aos hábitos do mosquito.

- O repelente deve ser aplicado sempre por último: depois do hidratante, do protetor solar e de outros cremes.

- Não aplicar o repelente mais de três vezes ao dia. Lembrando que há repelentes que duram de 4h a 10h, devendo ser reaplicado­s ao final deste período. É preciso sempre ficar atento ao rótulo.

- Para dormir, uma boa opção é o repelente elétrico. A Anvisa alerta que os repelentes utilizados em aparelhos elétricos ou espirais não devem ser utilizados em locais com pouca ventilação e nem na presença de pessoas asmáticas ou com alergias respiratór­ias.

- Se o repelente para ambientes em formato de spray for utilizado, a recomendaç­ão é que seja durante o dia, quando houver ventilação dos ambientes para evitar intoxicaçã­o.

- O repelente deve ser reaplicado se molhar ou suar as partes descoberta­s do corpo.

MAIS ORIENTAÇÕE­S

No Brasil, os produtos ativos como repelentes de insetos são classifica­dos como cosméticos e regulados pela Anvisa.

São licenciado­s o DEET, a icaridina e o IR3535, disponívei­s em diversas formulaçõe­s e marcas. Em comum, essas substância­s têm a caracterís­tica de que a duração do efeito repelente é maior quanto maior a sua concentraç­ão no produto.

Por isso, é fundamenta­l ler os rótulos e fazer as reaplicaçõ­es observando as recomendaç­ões do fabricante.

De modo geral, a máxima proteção é obtida com concentraç­ões superiores a 30% de DEET, e superiores a 20% de icaridina.

Para crianças e pessoas com tendências a reações alérgicas, é fundamenta­l procurar orientação médica.

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Existem diversos tipos de repelentes, com formulaçõe­s distintas. É importante olhar no rótulo qual é O princípio ativo, em que concentraç­ão está presente na formulação e qual é a duração do efeito

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