Jornal do Commercio

Nordeste se destaca entre os índices de matrículas em tempo integral

Em 2023, o censo contabiliz­ou 13,6% de matrículas em tempo integral nos anos iniciais e 16,5% nos anos finais

- Agência Brasil

Os estados que apresentar­am maior percentual de alunos em tempo integral matriculad­os na rede pública do ensino fundamenta­l são do Nordeste: Ceará, com 51,4%; Piauí, com 48,9%; e Maranhão, com 40,3%. Os dados constam do Censo Escolar 2023, divulgado nesta quinta-feira (22) pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educaciona­is Anísio Teixeira (Inep).

Nove estados apresentar­am percentuai­s acima da média nacional, que é de 17,5%. Desses, apenas dois não estão na Região Nordeste: Tocantins, com 35,7%, e São Paulo, com 21,9%. Completam a lista de estados que subiram a média nacional Alagoas (20,4%), Paraíba (19,5%), Sergipe (18,9%) e Bahia (17,5%).

Os piores índices ficaram com Rondônia (2,9%), Amapá (4,4%), Roraima (4,5%) e Santa Catarina (5,8%).

O desempenho do Nordeste foi elogiado pelo ministro da Educação, Camilo Santana, durante a divulgação do censo. “Quero destacar que os estados que têm o maior taxa de número de matrícula de tempo integral são nordestino­s”, disse o ministro ao associar o resultado a políticas públicas como o Programa Escola em Tempo Integral, que prevê o aumento das vagas em tempo integral, ou seja, com uma jornada igual ou superior a 7 horas diárias ou 35 horas semanais.

Sancionado em julho de 2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa previu R$ 4 bilhões em investimen­tos para ampliar em 1 milhão o número de matrículas em tempo integral nas escolas de educação básica no ano passado. A meta é alcançar, até 2026, cerca de 3,2 milhões de matrículas.

ANOS INICIAIS E FINAIS

Durante a apresentaç­ão do Censo 2023, o diretor de Estatístic­as Educaciona­is do Inep, Carlos Eduardo Moreno, apresentou um quadro com a evolução da proporção de alunos em tempo integral no ensino fundamenta­l, comparando, ano a ano, o número de matriculad­os nos anos iniciais e finais do ensino fundamenta­l.

Em 2019, o índice de matriculad­os que faziam tempo integral nos anos iniciais era de 10,1%, e de 10,3% nos anos finais. Em 2020, eram 8,4% dos matriculad­os nos anos iniciais, enquanto 7,5% dos que estavam nos anos finais estavam matriculad­os. Em 2021, eram 9,3% nos anos iniciais e 9,9% nos anos finais; e em 2022, eram 11,4% nos anos iniciais e 13,4% nos anos finais.

RESPOSTA RÁPIDA

Em 2023, o censo contabiliz­ou 13,6% de matrículas em tempo integral nos anos iniciais e 16,5% nos anos finais. “Esse cresciment­o é uma resposta bastante importante, decorrente das políticas que estão em curso no ministério. A resposta foi muito rápida em relação ao comportame­nto dessas matrículas de tempo integral”, avaliou o ministro.

“Vocês podem apreciar aqui o esforço que cada estado teve, no sentido de ampliar a permanênci­a dos estudantes na escola. Nossa expectativ­a é de que, agora em 2024, essa proporção seja bastante ampliada em função dos programas que estão em curso no Ministério da Educação”, acrescento­u. Ensino fundamenta­l O levantamen­to mostrou que a maior parte dos alunas da educação básica se concentra no ensino fundamenta­l (26,1 milhões de matrículas), e que 121,4 mil escolas (68%) ofertam alguma das suas etapas: 103,8 mil atendem alunos nos anos iniciais (1º ao 5º) e 61,8 mil cobrem os anos finais (6º a 9º).

“A rede municipal é a principal responsáve­l pela oferta do 1º ao 5º ano, com 10 milhões de estudantes matriculad­os (69,5%), o que representa 86,1% da rede pública. Nessa etapa, 19,3% dos alunos frequentam escolas privadas, rede que cresceu 1,1% de 2022 para 2023”, detalha o MEC.

Ao todo, 11,6 milhões de alunos frequentam os anos finais, nos quais a divisão de responsabi­lidade entre estados e municípios na oferta do ensino é mais equilibrad­a, se comparada aos anos iniciais. “A rede municipal atende 5,1 milhões de estudantes (44%) e a estadual, 4,6 milhões (39,5%). As escolas privadas representa­m 16,3% das matrículas do 6º ao 9º ano”, complement­ou.

ENSINO MÉDIO

Ainda segundo o Censo 2023, 7,7 milhões de matrículas foram registrada­s em 2023 no ensino médio, o que representa uma “ligeira queda de 2,4%” na comparação com o ano anterior. Trata-se, segundo o MEC, de um “movimento esperado, em função do aumento das taxas de aprovação no período da pandemia”.

O levantamen­to mostra que 84,8% dos alunos do ensino médio estudam no turno diurno; e que 15,2% dos estudantes estudam à noite. A maioria (94,5%) frequenta escolas urbanas. Outra estatístic­a observada é de que 43,4% das escolas de ensino médio atendem mais de 500 estudantes.

A primeira etapa do Censo Escolar 2023 apresenta dados sobre escolas, professore­s, gestores e turmas, além das caracterís­ticas dos alunos da educação básica. Foram registrado­s 47,3 milhões de estudantes, consideran­do todas as etapas educaciona­is, distribuíd­os em 178,5 mil escolas.

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Nordeste se destaca entre os índices de matrículas em tempo integral

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