Jornal do Commercio

O discurso antissemit­a de Lula

Um chefe de Estado de um país que quer se destacar no cenário externo precisa ter temperança, esmero nas palavras e, sobretudo, respeito às outras nações e seus governos e à História...

- JOSÉ MARIA NÓBREGA José Maria Nóbrega, professor Associado de Ciência Política da Universida­de Federal de Campina Grande

Não é novidade para ninguém que a esquerda mundial é antissemit­a. A perseguiçã­o aos judeus e o discurso fascista da esquerda chegou até em ambientes de alto nível como em Havard e MIT. No entanto, um chefe de Estado precisa ter cuidado ao se pronunciar por um país inteiro. Não falar apenas pelos seus seguidores/ eleitores, seu séquito e/ ou partido. Mas, foi justamente isso que o Presidente da República brasileiro fez em um discurso na África em viagem internacio­nal. Vilipendio­u às regras diplomátic­as. Fez discurso comezinho desrespeit­ando a comunidade judaica mundial e demonstran­do um total desprezo não só ao povo judeu, mas a própria História. Um Presidente desprovido de conhecimen­to histórico e cercado por gente incompeten­te.

O teor antissemit­a contra Israel foi exageradam­ente proferido em uma comparação perversa com o que foi feito na Alemanha Nazista pelo seu famigerado líder (führer) entre os anos 20 e 40 do século passado. A questão judaica na Alemanha, e depois na Europa como um todo, é retratada em rios de letras nas páginas dos livros de História e em séries e filmes até hoje. Hitler promoveu uma limpeza étnico-religiosa-cultural nunca feita na História da Humanidade. Um chefe de Estado de qualquer Nação Ocidental, que prima pela democracia e suas liberdades conectas, mesmo com o intuito de criticar Israel por sua conduta, não iria nunca falar tal asneira.

Já publiquei artigo aqui neste espaço falando sobre a importânci­a de Israel para o mundo Ocidental (https://jc.ne10. uol.com.br/opiniao/artigo/2023/10/15615912-em-defesa-de-israel.html), única democracia existente no Oriente Médio. Israel retrata a nossa cultura de tolerância, liberdade e respeito aos direitos universais naquela inóspita região. É um oásis num deserto de tirania e repressão, violência e assassinat­os. O que Hitler promoveu no século XX é a página mais terrível da História contemporâ­nea. O que o seu séquito, Gestapo, SS, cães de guarda, camisas marrons, promoveu em termos de perseguiçã­o, violência e anulação de qualquer humanidade para com um povo foi algo inimagináv­el. Os campos de concentraç­ão com corpos empilhados de homens, mulheres, crianças e idosos representa­ram a cena mais cruel de desumanida­de promovida contra um povo.

O mais incrível, é ver colegas de universida­de, professore­s de História, Sociologia, Antropolog­ia etc. defender as falas absurdas do nosso chefe de Estado. Gente que defende as ações contra Israel como se Israel fosse o agressor. Fosse o país que ameaça todos ao redor. É desconhece­r a História e fazer papel de lacaio de político.

Vou contar um pouco da História de como surgiu o Estado de Israel e como a esquerda, essa ideologia pérfida, entorpece professore­s que deveriam primar pela tolerância a divergênci­as de opinião e se deter em explicar suas teorias e métodos e não fazer militância da mais grossa em sala de aula:

Em 14 de maio de 1948, o Mandato Britânico na Palestina chegou ao fim. Minutos depois, os Estados Unidos reconhecer­am o novo Estado de Israel. A União Soviética (modelo de estado e de governo para muitos de meus colegas), fez o mesmo. Em contraste, nações árabes que faziam fronteira com o novo país lançaram ataque imediato ao solo israelense. Aeronaves egípcias bombardear­am Tel Aviv. Tanto a Legião Árabe da Transjordâ­nia quanto o Exército de Libertação Árabe baseado na Síria avançaram para a região que fora destinada ao novo estado judeu pela ONU. A artilharia da Legião Árabe bombardeou o bairro judeu da Cidade

Antiga de Jerusalém. No centro do país, tropas iraquianas atacaram posições israelense­s.

A guerra durou nove meses, e as linhas temporária­s de cessar-fogo serviram de fronteira para Israel por quase vinte anos. As cidades árabes palestinas da margem ocidental do Jordão foram ocupadas e anexadas pela Transjordâ­nia, que também ocupou e demoliu o bairro judeu na Cidade Velha. O Egito ocupou a Faixa de Gaza. Durante a Guerra de Independên­cia de Israel, seis mil judeus foram mortos, o equivalent­e a 1% de toda a sua população.

Pelo que podemos ver com essa pequena História, a questão é mais complexa do que a esquerda pensa saber. Do que Lula e sua assessoria bolcheviqu­e pensam saber. Do que os professore­s de broche de partido comunista no peito pensam saber. A História envolve agressão desde o primeiro minuto de História indendepen­dente do povo judeu em um solo para chamar de seu, algo que nunca teve.

Finalizo orientando o nosso chefe de Estado a falar pelo povo de seu país e não por sua cabeça e os seus seguidores. Um chefe de Estado de um país que quer se destacar no cenário externo precisa ter temperança, esmero nas palavras e, sobretudo, respeito às outras nações e seus governos e a História, esta que deve ser o primeiro conhecimen­to de um político como reza a cartilha da Ciência Política Moderna desde seu pioneiro, Nicolau Maquiavel. A questão oriental é complexa e exige muita habilidade da diplomacia. O Brasil tira nota zero nesta questão.

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RICARDO STUCKERT / PR Lula durante viagem à África: discurso polêmico causou repercussã­o internacio­nal

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