Jornal do Commercio

Advogados de Bolsonaro negam que ele tenha admitido saber sobre minuta golpista

Segundo Paulo Bueno e Fabio Wajngarten, o ex-presidente só teve acesso ao documento quando á constava da investigaç­ão da Polícia Federal

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Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disseram nesta terça-feira, 27, que ele não confessou, no discurso na Avenida Paulista no último domingo, ter tido conhecimen­to da minuta de decreto de estado de sítio e de defesa quando ainda governava o Brasil. Segundo Paulo Bueno e Fabio Wajngarten, o ex-presidente só teve acesso ao documento no final de 2023, quando a própria defesa enviou o material, que já constava da investigaç­ão da Polícia Federal, para ele.

Bueno reagiu às notícias que circularam na imprensa que apf poderia interpreta­ra fala de Bolsonaro como uma confissão de que ele sabia da existência do decreto. Na Paulista, o presidente disse: “Agora o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituiç­ão? Tenha a santa paciência”.

“As minutas a que o presidente se referia foram encontrada­s na sala do PL por ocasião da busca e apreensão há 15 dias atrás. Foram minutas que eu, enquanto advogado, encaminhei para e leno dia 18 de outubro de 2023. portanto, ele comentava sob realgo que ele teve conhecimen­to, ciência, muito tempo depois”, disse Bueno.

“POBREZA MUITO GRANDE DE ELEMENTOS”

O advogado disseques e as autoridade­s policiais veem na declaração uma forma de confissão, a defesa avalia que a investigaç­ão tem “uma pobreza muito grande de elementos ”.“É uma investigaç­ão semi secreta, na qual a defesa não tem acesso, e ao que parece não tem acesso justamente pela fraqueza de seus elementos”, completou Paulo Bueno.

Wajngarten adotou a mesma linha e disse que até o momento não há nenhuma prova contra o ex-presidente e contra nenhum dos investigad­os pela suposta tentativa de golpe de Estado antese após as eleições.

Comba seno conteúdo encontrado no celular do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, a PF afirma que Bolsonaro participou da elaboração do rascunho de um decreto que previa a realização de novas eleições e a prisão de autoridade­s, como os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar mende se o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Por sugestão do ex-chefe do Executivo, o documento teria sido modificado e apenas a prisão de Moraes foi mantida. O decreto nunca entrou em vigor.

No vídeo de uma reunião ministeria­l antes das eleições de 2022, o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucio­nal, Augusto Heleno, afirma que “se tiver que viraram esaéantesd as eleições ”.

IMPORTUNAÇ­ÃO A UMA BALEIA COM MOTO AQUÁTICA

As declaraçõe­s foram feitas na chegada de Wajngarten na Superinten­dência da Polícia federal em são paulo. Ele prestou depoimento no inquérito que apura suposta “importunaç­ão intenciona­l” de uma baleia-jubarte, em São Sebastião (SP), litoral nortedoest­ado,porbolsona­ro.oex-presidente­nãoparou para falar com a imprensa.

O ex-chefe do Executivo federal é apontado como o motoristad­eumamotoaq­uáticaquea­pareceemum­vídeo chegando a até cerca de 15 metros do animal em junho de 2023. O depoimento havia sido marcado inicialmen­te para o dia 7 de fevereiro, em São sebastião, mas foi adiado após o ex-presidente convocar uma manifestaç­ão para o local.

Alei brasileira prevê pena de dois a cinco anos de prisão, além de multa, para a pesca ou “qualquer forma de molestamen­to intenciona­l” de toda espécie de cetáceo no País. Portaria do Ibama que regulament­a essa legislação proíbe a aproximaçã­o com o motor engrenado amenos de 100 metros de qualquer baleia.

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PF afirma que Bolsonaro participou da elaboração do rascunho de um decreto que previa a realização de novas eleições e a prisão de autoridade­s

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