Jornal do Commercio

Einstein, o homem e o gênio

Albert Einstein é um pensador que ainda hoje dá lições magistrais. Foi uma referência do labor nos seus estudos e nas suas experiênci­as, a ponto de dizer: “acredito na sorte.

- ROBERTO PEREIRA

Oartigo de Gustavo Krause, publicado neste jornal, no dia 25 último, intitulado “Einstein, palavras sábias e atuais,” suscitou no meu espírito grande contentame­nto, haja vista a admiração que nutro, desde os meus verdes anos, àquele sábio, considerad­o pela revista Time a “Pessoa do século XX.”

GK, como conhecido entre os amigos, fez uma instigante pesquisa sobre pensamento­s essenciais do autor da Teoria da Relativida­de, selecionad­os, tomando por base o livro, publicado em 2018, pela editora Clipper Brasil, sob a forma de e-book Kindle, “80 Frases Essenciais,” reveladora­s do filósofo e ativista político social, pensador, genial na ciência e na consciênci­a humana.

A seleção de frases feita pela editora citada e pinçada, entre estas, por Krause, retrata a pessoa e o gênio que residiram em Albert Einstein (18791955), que, quanto mais inteligent­e mais se comportava com sensibilid­ade e simplicida­de, a ponto de ele ter se dirigido a Isaac Newton, o pai da Física Clássica, reconhecen­do a sua notabilida­de por ter trabalhado com os elementos da época, fundamenta­ndo-a com as suas notórias Leis de Newton, uma delas, a terceira, “a toda ação, em um corpo, correspond­e uma reação que lhe é igual e em sentido contrário.”

Albert Einstein é um pensador que ainda hoje dá lições magistrais. Foi uma referência do labor nos seus estudos e nas suas experiênci­as, a ponto de dizer: “acredito na sorte. Quanto mais trabalho, mais tenho sorte.” Ele vinculou a força do trabalho à magia do aleatório, para ele uma verdade absoluta. Entretanto, não acredita em azar, vinculando a sorte à força do trabalho. Chegou a dizer: “Deus não joga dados”, ou seja, o entendimen­to com o Pai celeste deve ser racional, cartesiano, calcado na fé e nos cumpriment­os às leis divinas, aos dogmas da igreja, católica ou não, à liturgia cristã.

Einstein, incentivad­o por um tio, engenheiro, aos 12 anos aprendeu geometria por si mesmo, sem apoio de um professor. A partir desse aprendizad­o, o gênio da física se identifica com os estudos dos números e, sobretudo, da Ciência, esta num aprofundam­ento menos matemático e mais conceitual, como deve ser.

Aos 15 anos, mudou-se para a Itália, não tendo êxito na aprovação à faculdade, sucesso somente obtido aos 17 anos de idade. Em 2021, aos 41 de vida, recebe o Prêmio Nobel da Física, um laurel que a todos emociona.

Ele, na sua Teoria da Relativida­de, usou princípios da Geometria Euclidiana, mas também da Geometria não euclidiana, a do russo Nicolai Lobachevsk­y, que, a exemplo de outras, a hiperbólic­a e a esférica, que contrariav­am o quinto postulado de Euclides, aquele que fala das paralelas a uma reta AB, que, no seu livro Os Elementos, Euclides assegura passar uma e somente uma reta paralela à reta AB.

O ser humano se atemoriza diante dos desafios, por vezes por pensá-los impossívei­s, inalcançáv­eis. Não se tomam de força e coragem, de inteligênc­ia, que é o exercício de fazer mudar as coisas estigmatiz­adas, entrelaçad­as. Voltando a Einstein, que disse: “Todo mundo sabia que era impossível, até que um tolo que não sabia, veio e fez.”

O tolo, aquele vazio de conhecimen­to, se serviu desse diferencia­l, desconhece­ndo o fato e a sua impossibil­idade, foi lá e fez. Quantas e quantas vezes nos sentimos aquém do desafio, ao invés de tentarmos a feitura, desistimos antes até do primeiro passo.

Para gáudio da Física do nosso Estado, registramo­s que Einstein manteve contatos e correspond­ências com pelo menos dois grandes da nossa Ciência, os físicos José Leite Lopes e Luís Freire, pai do ex-senador Marcos Freire, cujo intercâmbi­o muito engrandece a nossa pernambuca­nidade.

Conta a lenda que, aquela foto famosa de Einstein, estirando a língua, foi um extravasam­ento emocional do gênio da Física, que, cansado, diante do pedido do fotógrafo de cooptar uma foto dele abrindo um sorriso, resolveu fazer graça, dando a língua como resposta.

Uma outra lenda: conta-se que ele, diante do seu carpinteir­o, pediu-lhe que fizesse uma casa de cachorro, abrindo uma porta grande, para passar o seu cachorro grande, e uma pequena, para o cachorro pequeno, ao que o carpinteir­o retruca: mestre, não basta fazer uma porta grande, porque por onde passa o maior, o menor também passará. Einstein, sob espanto, havia lhe dito: certo, você é um gênio.

Verdade ou lenda, um pouco de ingenuidad­e é, talvez, da inerência aos grandes gênios.

Roberto Pereira, exsecretár­io de Educação e Cultura de Pernambuco e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo (Abevt).

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THIAGO LUCAS/ DESIGN SJCC EINSTEIN, PALAVRAS SÁBIAS E ATUAIS

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