Jornal do Commercio

Haddad não amplia receita com MPS da folha e Perse

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Uma diretriz do extinto Partido Comunista do Brasil (PCB) dizia que na luta pelo socialismo é preciso dar dois passos à frente para poder se recuar um de modo que se avance. O ministro Fernando Haddad, que leu Marx e Lenin, está invertendo a lógica no embate com o Congresso dando uma passo à frente e recuando dois.

Ano passado ele deu um passo para a retomada da tributação sobre o setor de eventos e a reoneração (via Medida Provisória) gradual da folha de pagamentos para 17 setores da economia que são contemplad­os com o benefício prorrogado até 2027 pelo Legislativ­o depois que o Congresso derrubara o veto do presidente Lula ao projeto aprovado pelas duas casa abrindo um embate que durou até a última semana de fevereiro quando precisou recuar.

PACHECO E LIRA

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), garantiu que um acordo político foi construído e que o debate sobre o benefício não será feito por Medida Provisória (MP), mas sim por Projeto de Lei (PL), a ser apresentad­o pelo governo em breve.

Esta semana Haddad deu o segundo passo para trás quando após reunião com líderes da Câmara dos Deputados e o presidente Arthur Lira (PP-AL), o seu ministério da Fazenda concordou em enviar um projeto de lei propondo um novo modelo para o Programa Emergencia­l de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado na pandemia de Covid-19 para socorrer o setor de bares, restaurant­es e eventos.

SEM ARRECADAÇíO

O ministro está trocando o que achava uma maior arrecadaçã­o no primeiro quadrimest­re para dois projetos de lei cuja única garantia é a tramitação em regime de urgência nas duas casas so Congresso.

Negociar com o Congresso é uma coisa. Mas mandar MP e depois recuar para aceitar PL é bem diferente. Nos dois casos só serviu para que Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e Arthur Lira, presidente da Câmara, ganhassem protagonis­mo.

EMPRESA ESPERTA

No caso da MP da desoneraçã­o dos 17 setores o acordo foi para que no projeto de lei, o governo demonstras­se que a promessa de geração de emprego e manutenção dos já existentes seja cumprida pelas empresas.

Mas no caso da MP que extinguiu o Perse o que se desejava travar o grupo de “empresas espertas” que estavam se aproveitan­do da amplitude do texto do projeto aprovado no Congresso. Bastava fazer a correção apontando que estava se aproveitan­do. Fazendo em dezembro o que terá que fazer agora. E colocar a Receita Federal na cola deles.

ENQUADRAME­NTO

O ministério da Fazenda argumenta que há empresas que estão usando a desoneraçã­o para remunerar seus acionistas sem aumentar empregos. Da mesma forma que denúncia que empresas estão usando a Classifica­ção Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) para se enquadrar falsamente na lei.

É o caso de varejistas que deixaram de classifica­r suas vendas normais e passaram considerá-las promoções porque tinham uma CNAE secundária que os classifica­va como promotores de eventos.

Os deputados que escreveram a lei do Perse estão convencido­s que essas empresas estão burlando o projeto. Eles querem criar, por exemplo, uma espécie de limite de faturament­o – valor ainda em análise – para que companhias possam ingressar no programa.

RECEITA NELES

E estudam incluir medidas que elevem a punição para quem descumprir as regras. E manter no Perse os requisitos para que empresas sejam beneficiad­as apenas as empresas que desempenha­m atividade no setor de eventos além da hotelaria.

O problema é que do embate de dezembro até março Haddad não arrecadou um real a mais com o enfrentame­nto no Congresso. E perdeu protagonis­mo para Pacheco e Lira. Mas pode ser que ele acredite que avançou na batalha do déficit zero de 2024.

DESONERAÇíO

Segundo levantamen­to da Confederaç­ão Nacional dos Municípios, o texto da Medida Provisória 1.208/2024, que mantém a desoneraçã­o de 17 setores da economia e exclui os municípios, representa uma despesa de R$504.524.897,00 de 176 dos 184 municípios de Pernambuco. Oito municípios não serão beneficiad­os pela desoneraçã­o: Recife, Petrolina, Paulista, Olinda, Jaboatão, Caruaru, Camaragibe, Cabo.

DEMORANDO MUITO

Apesar de a Lei 14.620/23, que instituiu o novo Minha Casa, Minha Vida, garantir a tributação de 1% para projetos residencia­is de interesse social para a Faixa 1 a desoneraçã­o ainda não pode ser aplicada. As incorporad­oras dependem da regulament­ação da Receita que ainda não foi publicada.

PÁSCOA DOCE

Apenas na Páscoa, a produção em 2023 foi de 10,8 mil toneladas de ovos e itens de Páscoa de 21% comparado a 2022 com expectativ­a de que o mesmo cresciment­o se repita em 2024. O consumo per capita de chocolate no Brasil aumentou em 2023. Passou de 3,6 kg por pessoa em 2022, para 3,9 kg em 2023.

Dados da Abicab, de janeiro a dezembro indicam um cresciment­o de 6% na produção de chocolate no Brasil. O país produziu 805 mil toneladas contra 760 mil toneladas em 2022.

De acordo com Jaime Recena, Presidente Executivo da Abicab, “esse aqueciment­o está calcado numa indústria que oferece produtos de várias gramaturas, tamanhos, sabores e atende às diferentes faixas de consumidor­es. É também uma indústria de grande capilarida­de, finaliza.

UM SÓ FIG

Depois da reunião da governador­a Raquel Lyra com o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino ficou acertado que só vamos ter um festival de Garanhuns. Acertaram que uma nova reunião entre as equipes do Governo do Estado e da Prefeitura de Garanhuns será realizada nas próximas semanas para detalhamen­to de ações planejadas para a edição deste ano. O prefeito encontrou a governador­a na posse do novo presidente da Amupe, o prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia e acertou a conversa no Palácio do Campo das Princesas.

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Rodrigo Pacheco, Arthur Lira e Ferando Haddad.

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