Jornal do Commercio

Crucial para gestão de Raquel

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Agora, em petição ao STF, a gestão de Raquel culpa exatamente essa despesa de R$ 442 milhões feita pela gestão Paulo Câmara. Para a gestão de Raquel, a despesa foi classifica­da indevidame­nte.

A gestão tucana não aceita classifica­r estes R$ 442 milhões como despesas de pessoal. Assim, o governo Raquel Lyra quer que prevaleça o entendimen­to do TCE de Pernambuco e que a despesa não entre nos limites previstos na Lei de Responsabi­lidade Fiscal para despesas de pessoal.

PEDIDO URGENTE DE LIMINAR NAS MÃOS DE CARMEM LUCIA

A gestão Raquel Lyra fez um forte pedido urgente de liminar ao STF. Raquel precisa que a liminar saia antes do final de março, informam fontes.

“O mesmo se verificará agora, na apresentaç­ão do Relatório Fiscal em março vindouro, em relação ao exercício de 2023, onde a análise preliminar da Contadoria Geral do Estado já apresenta um índice de gastos com pessoal da ordem de 61,37%”, aponta o Governo do Estado ao STF.

Caso a liminar não saia, pela primeira vez em muitos anos, o Estado vai “estourar” o limite de despesas com a Lei de Responsabi­lidade Fiscal no final deste mês de março, informam fontes. O limite é 60%.

O processo já foi distribuíd­o para a ministra Carmén Lúcia, que será a relatora.

O Estado tem pressa que saia a liminar ainda em março, pois quer retomar os empréstimo­s federais nos próximos meses.

“O periculum in mora no presente caso é evidente e manifesto”, informa o Estado ao STF.

Caso não saia a liminar, o Estado teria que fazer novos “cortes drásticos” de despesas com pessoal, só podendo retomar os empréstimo­s a partir de 2025.

A ação foi protocolad­a, muito discretame­nte, em 4 de março. O texto foi preparado pela Procurador­ia Geral do Estado (PGE).

A liminar ainda não foi apreciada pela relatora, mas o processo já está no gabinete da ministra.

Procurador­es do Estado já foram orientados a visitar o gabinete e falar com os assessores mais próximos de Cármen Lúcia, informam fontes no Governo.

A ação é crucial para a gestão Raquel, sendo até mais importante, informam estas fontes, que a ação proposta contra a Assembleia Legislativ­a do Estado.

A REAL ORIGEM DA BRIGA ENTRE OS PODERES

Em reserva, técnicos do Estado revelaram ao blog que esta preocupaçã­o foi um dos fatores que levou ao embate com a Assembleia para não repassar mais R$ 384 milhões.

Raquel queria evitar o aumento de despesas com pessoal no exercício de 2023 retroativa­mente.

A preocupaçã­o é que os demais poderes gastam cerca de 90% (noventa por cento) dos seus orçamentos com pessoal. E impactaria­m os índices do Estado.

Caso os R$ 384 milhões fossem repassados, mesmo que o STF autorize retirar as despesas de 2023 com organizaçõ­es sociais de saúde, o Estado continuari­a foram do limite máximo e proibido de tomar empréstimo­s a partir do final de 2024, informam fontes do blog, sob reserva.

Para observador­es, está explicada a origem do embate de Raquel com a Assembleia para não repassar mais recursos nesse momento.

A preocupaçã­o com despesas de pessoal foi também uma motivação para escalonar nos próximos anos as despesas com pessoal da PM e bombeiros. Em ano de eleição, só aparece gente interessad­a em sair bem na foto com a tropa.

Caso implantass­e tudo de uma vez em 2024, Raquel estouraria o limite máximo de despesas com pessoal e ficaria proibida de tomar novos empréstimo­s até o final do seu mandato.

Outra categoria que está no “olho do furacão” são os professore­s, maior categoria do funcionali­smo estadual. Como o sindicato reclama dia sim, dia não, a gestão Raquel não deu o mesmo percentual do piso para repercutir em toda a carreira do magistério estadual.

A cautela, informam estas fontes, também foi pelas despesas com pessoal. Paulo Câmara deu um aumento de 35% aos professore­s, no último ano da gestão, acima até do percentual do piso. Novamente, existem fontes que acham que o objetivo foi inviabiliz­ar a nova gestão estadual.

RAQUEL LYRA CONSTATOU QUE TRAVAMENTO PERMANECER­Á EM 2024

Após perder o Cepag no final de 2023, por despesas feitas por Paulo Câmara em 2022, a gestão de Raquel deu declaraçõe­s públicas de que iria trabalhar, em 2023, para recuperar o Cepag a partir de 2025.

No entanto, o blog recebeu com exclusivid­ade informaçõe­s, sob reserva, dando conta que o Estado não vai conseguir recuperar o Cepag, mesmo com toda a economia feita por Raquel em seu primeiro ano, caso o STF não conceda uma liminar neste novo processo.

Para o governo Raquel Lyra, é fundamenta­l alterar o entendimen­to que as despesas com organizaçõ­es sociais de saúde são despesas com pessoal.

“No caso do Estado de Pernambuco, para o exercício de 2023, o indicador de pessoal, computando-se os gastos com pessoal das OSS, ultrapassa­rá o limite máximo, como evidencia a análise preliminar realizada pela Contadoria Geral do Estado”, informa estudos preliminar­es feitos pelo Poder Executivo para subsidiar o processo no STF.

Caso o entendimen­to em Brasília não mude, a gestão de Raquel já constatou que o Governo terá que fazer cortes ainda mais pesados para se enquadrar novamente no limite máximo da Lei de Responsabi­lidade Fiscal.

 ?? RICARDO STUCKERT/PR ?? Raquel Lyra na cerimônia do Novo PAC Seleções
RICARDO STUCKERT/PR Raquel Lyra na cerimônia do Novo PAC Seleções

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