Linha Sul do Metrô do Recife volta a quebrar e amplia crise
Todas as 12 estações da Linha Sul ficaram sem operação durante a manhã e início da tarde desta segunda-feira (11)
OMetrô do Recife segue apresentando problemas provocados pela falta de investimentos. Nesta segunda-feira (11/3), mais uma vez, a Linha Sul do sistema apresentou falhas e ficou fechada por mais de nove horas. Mais de 60 mil passageiros foram prejudicados.
Todas as 12 estações da Linha Sul ficaram sem operar durante toda manhã e início da tarde.
A rede voltou a operar às 14h. É a segunda vez em menos de uma semana que o mesmo problema acontece.
Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), dessa vez, o problema teria sido provocado por uma avaria num equipamento (isolador de energia) da rede aérea localizado nas imediações da Estação Imbiribeira, que impediu a alimentação de energia do trecho com 3 KW. O equipamento estaria sendo trocado.
A razão do problema, entretanto, não foi explicada pela CBTU. Não se sabe se a falha foi decorrente de fadiga do equipamento, ato de vandalismo ou ausência de manutenção.
METRÔ DO RECIFE SEGUE SOFRENDO CONTINGENCIAMENTO E SEM RECURSOS PARA INVESTIMENTOS
A crise financeira do Metrô do Recife segue intensa, comprometendo a operação dos trens e prejudicando os passageiros que dependem do sistema - cada vez menos gente, vale ressaltar.
O Metrô do Recife segue sobrevivendo com menos da metade do orçamento de custeio necessário e sem garantias de que a situação mude, mesmo em 2024 e sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O sistema metropolitano precisa de R$ 300 milhões por ano para garantir uma operação segura e digna para os quase 200 mil passageiros diários, mas em 2023 só teve aprovado R$ 120 milhões.
E a situação é a mesma há muitos anos e segue parecida em 2024. O sistema sofre com contingenciamento ano após ano, principalmente a partir do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Tem um orçamento aprovado no início do ano e outro a conquistar ao longo dos meses.
ESTADO ASSUMIRÁ METRÔ DO RECIFE
Em setembro do ano passado, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), afirmou, pela primeira vez em público, que irá, sim, assumir a gestão do Metrô do Recife. Mas impôs duas condições para que o Estado receba o sistema metropolitano, que hoje transporta menos da metade dos passageiros que já transportou e amarga um déficit anual só de custeio de R$ 300 milhões.
Segundo a governadora, é fundamental garantir a realocação dos 1.500 metroviários de Pernambuco no caso de o sistema ser concedido à iniciativa privada - que deverá acontecer - e ver, na prática, o aporte de R$ 2 bilhões para recuperar o metrô e devolver o padrão mínimo de operação.
APORTE FEDERAL DE R$ 2 BILHÕES NO METRÔ DO RECIFE
O segundo ponto condicionante para o Estado assumir o Metrô do Recife seria o investimento federal de pelo menos R$ 2 bilhões para requalificar o sistema metropolitano, que, sem trens, está na iminência de uma paralisação técnica.
Atualmente, são 17 composições operando nos horários de pico na Linha Centro e outras 13 na Linha Sul, o que provoca intervalos superiores a dez minutos nos horários de pico e de até 20 minutos no vale (fora pico).
Os estudos sobre a situação do Metrô do Recife estão sendo refeitos pelo BNDES com recursos do Novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) no valor de R$ 4 milhões. Técnicos do BNDES, Tribunal de Contas da União (TCU), Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) e da Secretaria de Projetos Estratégicos de Pernambuco estiveram em visita ao sistema na semana passada, mas os detalhes da análise estão sendo mantidos em sigilo pelo governo federal.