Jornal do Commercio

O PP em 2024 e as prefeitura­s que podem fazer a diferença para 2026

- IGOR MACIEL imaciel@sjcc.com.br Twitter: @jc_pe Telefone: (81) 3413.6288

O partido que precisa ser observado nas eleições municipais de Pernambuco não é o PSDB e nem o PSB.

O partido da governador­a Raquel Lyra (PSDB) deve crescer muito este ano, por motivos óbvios. Um grande cresciment­o fortalece a posição da gestora para os próximos dois anos e até a eleição. Esse fortalecim­ento é esperado.

Já o partido de João Campos (PSB) ainda é um incógnita. Tendo dominado a maior parte das prefeitura­s todos os anos desde que Eduardo Campos era governador, os municípios sob controle dos socialista­s devem ser reduzidos agora, sem contar com o apoio do Palácio do Campo das Princesas.

Essa redução, se for significat­iva, vai colocar dúvidas sobre as chances de João ser candidato ao governo em 2026, como alguns aliados mais empolgados defendem.

ALIADOS NECESSÁRIO­S

Seja qual for o cenário, nenhum dos dois (João ou Raquel) terá condições de chegar em 2026 dependendo apenas dos seus prefeitos eleitos dentro de seus partidos em 2024. É aí que o Progressis­tas, partido comandado no estado por Eduardo da Fonte (PP) e, no Recife, por Lula da Fonte (PP) entra na história. Os dois deputados federais realizaram um evento no PP do Recife, há alguns dias e o espaço estava concorrido.

Acontece que o PP deve fazer algumas dezenas de prefeitos em 2024. Isso coloca um “valor alto” na aproximaçã­o com o partido. É cedo ainda, mas se as projeções forem confirmada­s, será impossível ignorar o PP.

QUATRO DEZENAS

Eduardo da Fonte pretende lançar candidatos em até 80 municípios e acredita que pode eleger ao menos metade disso. Com quatro dezenas de gestores municipais, caso chegue a isso, será difícil um candidato ou candidata ao governo de Pernambuco não ter que conversar com o PP para ser competitiv­o em 2026.

DE OLHO

Não é por acaso que o evento promovido pelo partido no Recife, para empossar Lula da Fonte como presidente municipal, foi prestigiad­o pela governador­a Raquel Lyra, que fez até discurso na ocasião. Não é à toa que Pedro Campos (PSB), deputado federal e irmão do prefeito do Recife, também estava por lá.

SEMPRE PRESENTE

O PP foi base imprescind­ível para todos os governos estaduais dos últimos anos. Até mesmo após a morte de Eduardo, o governo Paulo Câmara foi obrigado a mantê-lo por perto quando buscou a reeleição em 2018 ou não teria governado por mais quatro anos.

PREFEITURA­S HOJE

Um levantamen­to rápido sobre as prefeitura­s e os partidos que as comandam chama atenção. O PP foi o partido que mais cresceu em número de prefeitos, mesmo antes da eleição. Até o fim de 2023, antes desse período pré-eleitoral, o partido de Eduardo da Fonte tinha 24 prefeitura­s, embora somente 17 tenham sido eleitos em 2020. Sete prefeitos migraram para o partido depois.

Se passar de 40 prefeitura­s em 2024, como planejado, significa um cresciment­o perto de 100%.

LAVAREDA

O cientista político e presidente do conselho científico do Ipespe, Antonio Lavareda, conversou com a Rádio Jornal na quarta-feira (13), no Passando a Limpo, sobre o trabalho do instituto de pesquisa durante as eleições portuguesa­s. O Ipespe foi escolhido pela CNN Portugal para realizar pesquisas diárias sobre o pleito que aconteceu no último domingo (10). Lavareda analisou o resultado e o futuro da política portuguesa após o pleito.

TODO DIA

Um ponto importante sobre o trabalho do Ipespe em Portugal foi o modelo de tracking adotado. Tratase de um levantamen­to diário, que acompanha as mudanças de humor do eleitorado a cada 24h e pode mostrar a evolução das campanhas com muito mais precisão. No Brasil, todas as grandes campanhas contratam esse tipo de pesquisa, mas não a divulgam. O professor Lavareda, na entrevista, concordou que é um modelo que poderia ser adotado para divulgação, como aconteceu em Portugal.

NEM SINAL

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowsk­i, garantiu que os fugitivos da penitenciá­ria federal de segurança máxima ainda estão na região, apesar de investigad­ores dizerem que perderam a pista dos dois. Mais de 600 agentes de segurança, com auxílio de cães farejadore­s, estão envolvidos nas buscas há um mês. O custo para manter essas equipes por lá não é pequeno.

O ministério não divulga o valor exato, mas há estimativa­s de alguns milhões de reais.

TITANIC

Impression­a a arrogância do sistema prisional federal no qual se parecia acreditar que era impossível fugir e, por isso, não havia qualquer tipo de redundânci­a de segurança fora da unidade. As equipes de busca tiveram que improvisar quase tudo na medida em que foram chegando à região, sem falar no atraso para que as buscas começassem de fato.

É como se alguém fosse construir um navio e, acreditand­o que ele nunca iria afundar, fosse negligente em relação à quantidade de botes salvavidas. Isso já aconteceu antes, com o Titanic.

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Raquel Lyra esteve presente na convenção do Partido Progressis­ta que elegeu Lula da Fonte presidente no Recife
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Antonio Lavareda, cientista político e presidente do conselho científico do Ipespe
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