Bolsonaro levou a comandantes 3 versões de minuta golpista, revelam depoimentos
Bolsonaro chegou a apresentar ao menos duas versões para os comandantes das Forças Armadas
Ainvestigação da Polícia Federal mapeou pelo menos três versões da minuta golpista discutidas pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) junto a assessores, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e os comandantes das Forças Armadas Os textos foram produzidos e editados pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres e pelo ex-assessor da Presidência Filipe Martins, segundo as investigações.
Bolsonaro chegou a apresentar ao menos duas versões para os comandantes das Forças Armadas. Ouviu um “não” do general Freire Gomes (Exército) e do brigadeiro Baptista Júnior (Aeronáutica). O comandante da Marinha, almirante Garnier Santos, se colocou à disposição, segundo depoimentos. Procurada a defesa de Bolsonaro ainda não se manifestou.
ENTENDA, A SEGUIR, CADA VERSÃO DO DOCUMENTO: 1. MINUTA PREVIA A PRISÃO DE MORAES, GILMAR MENDES E PACHECO
• Apresentada ao ex-presidente Jair Bolsonaro no dia 19 de novembro de 2022, em reunião no Palácio da Alvorada;
• Naquela data, Bolsonaro recebeu o assessor Filipe Martins, o advogado Amauri Saad e o padre José Eduardo de Oliveira e Silva;
• Texto pedia a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG);
• Segundo Mauro Cid, Bolsonaro teria determinado a Filipe Martins alguns ajustes no documento;
• Documento ainda não veio a público.
2. SEGUNDA VERSÃO PREVIA O ESTABELECIMENTO DE ESTADO DE SÍTIO “DENTRO DAS QUATRO LINHAS” E ATO CONTÍNUO, DECRETO OPERAÇÃO DE GARANTIA DE LEI E DA ORDEM (GLO)
• Texto foi apresentado durante reunião no dia 7 de dezembro de 2022, na biblioteca do Palácio do Planalto;
• Presença dos comandantes do Exército e da Marinha, do ministro da Defesa, do assessor Filipe Martins e de Jair Bolsonaro;
• Filipe Martins leu os ‘considerandos’ e, em seguida, saiu da reunião;
• Texto previa a atuação de ‘juízes suspeitos’, declarava o estado de sítio e decreto de GLO;