Jornal do Commercio

Empresário­s sugerem a Raquel revolução nos transporte de massa

Grupo de empresário­s apresenta ao governo Raquel Lyra projeto de transforma­ção radical de transporte de passageiro­s na Região Metropolit­ana do Recife

- JAMILDO MELO

Oempresári­o Avelar Loureiro Filho, presidente do comitê de mobilidade urbana do grupo empresaria­l LIDE (Lideres Empresaria­is Pernambuco), em uma segunda rodada de negociação, terá uma nova reunião com o governo do Estado, na Casa Civil, nesta quarta, para apresentar um revolucion­ário projeto de transporte de massa para a região metropolit­ana do Recife.

O projeto prevê uma inédita integração dos sistemas de ônibus e metrô e a construção de vias aéreas para interligaç­ão espacial dos bairros mais populosos do Grande Recife, como já feito na cidade de Salvador.

“Nós não fazemos nada novo desde há década de 40. Primeiro veio as vias, depois os ônibus, depois o BRT, mas acima de 2 milhões de habitantes uma cidade só funciona se tiver metrô. O nosso, para piorar, não liga nada com coisa alguma. Ele não existe na prática porque é ao nível do solo, ajudando a isolar as partes da cidade, a partir de linhas férreas já existentes. Tinha que ser aéreo. E insistimos com os mesmo modais, equivocada­mente. Temos que ter um modelo integrado e com os modais corretos”, explica o empresário, ao blog de Jamildo.

“O modelo a ser seguido é o modelo de integração dos modais de metrô e ônibus que foi criado em Salvador. Salvador está bem adiantado porque um dia eles ousaram começar. Temos que começar e voltar a sonhar com qualidade de vida maior. O primeiro passo é a estadualiz­ação do Metrô, pelo governo do Estado”.

O modelo já foi apresentad­o ao secretário de Planejamen­to do Estado, tendo sido bem aceito. “Ele percebeu as vantagens econômicas e sociais. Hoje, damos subsídio paraaspass­agens,massabemos que estamos enxugando gelo, porque não resolve. O BRT chega até o Tacaruna e nem se liga ao Metrô do Recife, que chega até a Joana Bezerra. Com um fluxo acima de 100 mil pessoas só funciona com Metrô. Hoje temos um fluxo de 250 mil pessoas na Agamenon Magalhães. Como isto funciona sem integração? Nós temos uma vantagem porque um metrô a aéreo por cima do canal não precisaria nem fazer desapropri­ação (que encareceri­a a obra)”, explica.

PRIVATIZAÇ­ÃO DO METRÔ DO RECIFE NÃO RESOLVE

O empresário defende que a simples privatizaç­ão do Metrô do Recife não resolveria o problema dos transporte­s porque o sistema continuari­a sem sustentabi­lidade. “Só traria ônus ao Estado, que já não tem receitas. Não iria funcionar. Caso ocorra a estadualiz­ação, com o modelo certo, a iniciativa privada poderia entrar e buscar as receitas com a expansão progressiv­a vinda da integração”, avalia.

De acordo com o projeto de integração, desenhado com a ajuda da técnica aponas sentada da CBTU Sandra Holanda, o primeiro trecho compreende­ria a Agamenon Magalhães, ligando a Joana Bezerra até o Tacaruna, por cima do canal da via. O segundo trecho ligaria a Joana Bezerra até o shopping Guararapes, usando o canteiro central da Domingos Ferreira. O terceiro trecho ligaria A Agamenon Magalhães até a estação da Macaxeira, em Casa Amarela, pelo canteiro central da Avenida Norte.

“Temos a vantagem de já termos os canteiros centrais feitos lá atrás. Com esses corredores de transporte, já dados, haveria a integração de bairros populosos como

Casa Amarela, Encruzilha­da, Afogados, até o centro do Recife” cita como exemplo.

CUSTOS PARA IMPLANTAÇíO

Para que toda a integração pudesse sair do papel, os custos são estimados em cerca de R$ 10 bilhões, em 20 anos, a serem bancados pela própria iniciativa privada. Avelar Loureiro avalia que os custos não são elevados se se considerar que hoje o estado paga R$ 360 milhões por ano com subsídios ao sistema de ônibus, sem solução a curto e médio prazo.

conversas com o governo do Estado, o LIDE pediu apenas que o governo do Estado banque os estudos econômicos e financeiro­s do projeto, de modo que se possa reduzir o grau de incerteza para os investidor­es privados. “Diminuindo a incerteza, mais empresas podem investir no projeto, com mais segurança, já que tem-se o domínio dos trechos já prontos”, afirma.

“Nos estimamos que (tomada a decisão política) em três anos podemos licitar o projeto como um todo. Hoje, não haveria interesse no projeto porque não há demanda nova. Se se conceder, as empresas teriam a incumbênci­a dos investimen­tos, do contrário não teriam a expansão da demanda e as receitas advindas dela. Mais: nós estimamos que os trechos apresentad­os como principais podem resolver 70% do problema, com 30% do investimen­to total”

COOPERAÇÃO DO SISTEMA DE ÔNIBUS

“Neste novo modelo, o sistema de ônibus não sai prejudicad­o, ele sai fortalecid­o. Podem transporta­r mais gente, com melhoria do sistema e qualidade no serviço. Hoje, com a diminuição de receitas, eles são os mais prejudicad­os”, afirma.

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empresário Avelar Loureiro Filho compõe o grupo de trabalho
O empresário Avelar Loureiro Filho compõe o grupo de trabalho

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