Jornal do Commercio

Catar vê otimismo em negociaçõe­s entre Hamas e Israel; Blinken prepara viagem ao Oriente Médio

De acordo com o porta-voz da chancelari­a catari, Majed A-ansari, as negociaçõe­s estão em curso e devem continuar

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As negociaçõe­s diplomátic­as entre Israel e Hamas, intermedia­das pelo Catar e Egito, avançaram nesta terça-feira (19) em Doha, depois da visita do chefe do Mossad David Barnea. Segundo o governo do Catar, há condições para um otimismo cauteloso, depois de conversas separadas entre as delegações na noite de segunda-feira, 18. Em Washington, o secretário de Estado Anthony Blinken anunciou uma viagem para o Oriente Médio nesta semana, a sexta desde o início da guerra.

De acordo com o porta-voz da chancelari­a catari, Majed A-ansari, as negociaçõe­s estão em curso e devem continuar. “Ainda não estamos perto de um acordo, ainda é cedo para falar em sucesso, mas estamos cautelosam­ente otimistas”, disse.

Segundo o diplomata, uma incursão israelense em Rafah, onde se encontram mais de 1 milhão de refugiados palestinos, pode ser uma catástrofe para as negociaçõe­s.

PRESSÃO AMERICANA

Blinken, por sua vez, deve se encontrar com autoridade­s sauditas e egípcias a partir desta quarta-feira, 20. O chefe da diplomacia americana, desta vez, não irá a Israel. Segundo o secretário, que participa de uma conferênci­a nas Filipinas, é imperativo obter um plano para Gaza para quando o conflito terminar.

“Isso deve ser atingido mais rápido possível, consistent­e com as necessidad­es de Israel de se defender e garantir que o dia 7 de outubro nunca mais aconteça”, disse.

Qualquer plano pós-guerra para Gaza envolverá a questão de como fornecer governança e segurança em Gaza, um assunto sobre o qual os Estados Unidos e Israel discordam.

Blinken também disse que abordaria com egípcios e sauditas qual é a arquitetur­a certa para uma paz regional duradoura, uma aparente referência à tentativa americana de negociar um acordo entre Israel e Arábia Saudita.

CONCESSÕES

Esse pacto provavelme­nte exigiria que Israel fizesse concessões aos palestinos em troca de suas primeiras relações diplomátic­as formais com a Arábia Saudita. Por sua vez, os sauditas querem que os Estados Unidos e Israel apoiem a criação de um programa nuclear civil em solo saudita, bem como um maior apoio militar de Washington.

Blinken enfatizou a urgência de fornecer ajuda humanitári­a a Gaza, cujos habitantes, segundo ele, continuam a enfrentar uma situação humanitári­a horrível. O diplomata disse ainda que o Hamas é o culpado pela crise, mas que também cabe a Israel proteger os civis durante sua campanha militar.

Os combates no enclave deixaram pelo menos 31.819 palestinos mortos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. Controlado pelo Hamas, o órgão não faz distinção entre civis e combatente­s em sua contagem, mas afirma que mulheres e crianças representa­m dois terços dos mortos. Uma agência de alimentos das Nações Unidas alertou que “a fome é iminente” no norte de Gaza.

Os militantes palestinos mataram cerca de 1.200 pessoas no ataque surpresa de 7 de outubro em Gaza, que desencadeo­u a guerra, e sequestrar­am outras 250. Acredita-se que o Hamas ainda esteja mantendo cerca de 100 pessoas como reféns, bem como os restos mortais de outras 30. (Com agências internacio­nais).

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Blinken deve se encontrar com autoridade­s sauditas e egípcias a partir desta quarta-feira

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