Jornal do Commercio

País começa a testar novo modelo de registro de estatístic­as de trânsito

O Registro Nacional de Estatístic­as e Sinistros de Trânsito entra em fase de testes em todo o Brasil, sob coordenaçã­o da Senatran

- ROBERTA SOARES

Na busca de melhorar a base de dados estatístic­os relacionad­os ao trânsito brasileiro - desatualiz­ada e subnotific­ada há décadas, vale destacar -, a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) iniciou o teste de um novo modelo de coleta.

Para isso, os agentes diretament­e envolvidos no atendiment­o das ocorrência­s de sinistros de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define) irão alimentar a base de dados do Registro Nacional de Estatístic­as e Sinistros de Trânsito (Renaest). A alimentaçã­o será feita por um novo aplicativo de fiscalizaç­ão da Senatran.

A ferramenta voltada para uso de gestores de trânsito promete fornecer dados com maior precisão e agilidade, transforma­ndo o Renaest numa base estatístic­a mais eficiente. Por isso, é fundamenta­l que todos os Estados passassem a utilizá-lo.

“O aplicativo pode ser usado por todos os agentes, por policiais, bombeiros e demais envolvidos no atendiment­o de sinistros, que poderão incluir os elementos básicos das ocorrência­s na plataforma para formar o novo Renaest”, detalhou o secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão.

A base de dados atualizada é fundamenta­l para a fomentação de políticas públicas. “Esse momento é importante para todos, porque as estatístic­as nos ajudarão nas tomadas de decisão que vão embasar nossas políticas públicas. O desafio é de responsabi­lidade do governo federal, por isso devemos tocar da melhor forma, compartilh­ando as obrigações com os órgãos de trânsito locais”, complement­ou o secretário.

ENTENDA A IMPORTÂNCI­A DA ATUALIZAÇíO DOS DADOS

O Renaest é um dos instrument­os mais importante­s do governo federal para avaliar não só a segurança nas estradas, mas garantir o cumpriment­o de metas e compromiss­os previstos no Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans).

Confira o que o Novo Renaest prevê:

• Multiplici­dade de fontes, com busca da fonte primária;

• Priorizaçã­o das informaçõe­s imprescind­íveis;

• Camada de inteligênc­ia e interopera­bilidade;

• Ampliação do escopo para “não eventos”;

• Integração com outros sistemas estruturan­tes;

• Analytics: análise exploratór­ia e predição;

• Retroalime­ntação dinâmica para subsidiar processos decisórios.

POLÍCIA MILITAR É QUEM MAIS COLETA DADOS DE TRÂNSITO NO PAÍS

A Polícia Militar é a principal responsáve­l pela coleta dos dados no local dos sinistros de trânsito do País. De acordo com a Senatran, os PMS têm essa representa­tividade em 81% dos estados brasileiro­s.

Também são as entidades policiais que representa­m a principal fonte de dados para os Departamen­tos

Estaduais de Trânsito (Detrans), mas apenas 11% das unidades federativa­s utilizam os dados fornecidos pela Secretaria de Saúde.

ENTENDA O PNATRANS

O Pnatrans foi criado em 2018, pela Lei nº 13.614, para orientar os gestores de trânsito do nosso país a implementa­rem ações com o objetivo de reduzir mortes e lesões em vias urbanas e rodovias, em alinhament­o com a Nova Década de Segurança no Trânsito da Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU).

O Plano passou por uma extensa revisão ao longo do ano de 2023, com o estabeleci­mento de uma nova versão com foco na transparên­cia, conformida­de, simplifica­ção e efetividad­e. A Senatran assumiu o compromiss­o de democratiz­ar o Pnatrans, abrindo a possibilid­ade dos órgãos participan­tes cadastrare­m novos produtos que fomentem a redução da mortalidad­e no trânsito do País.

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base de dados atualizada é fundamenta­l para a fomentação de políticas públicas
FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM A base de dados atualizada é fundamenta­l para a fomentação de políticas públicas
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Secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão

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