Ações clamam por um mundo inclusivo e acessível para todos
Data chama a atenção para o transtorno do espectro autista (TEA), com destaque para diagnóstico precoce, sinais, fatores de risco, acompanhamento médico e terapias
Neste 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização sobre Autismo, precisamos trazer a reflexão sobre a importância de fazer avançar os direitos e promover a inclusão das pessoas que vivem com o transtorno do espectro autista, conhecido pela sigla TEA.
O termo “espectro” foi inserido ao nome do transtorno autista em 2013, devido à diversidade de sintomas e níveis que as pessoas apresentam. Cada paciente tem o seu próprio conjunto de manifestações, o que o torna único dentro do espectro.
O transtorno do espectro autista é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, como também padrões de comportamentos repetitivos.
MAIS DE 70 MILHÕES DE PESSOAS COM AUTISMO
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), existem no mundo mais de 70 milhões de pessoas com autismo, uma condição que pode interferir na comunicação e interação em sociedade. A incidência em meninos é maior: a cada quatro casos, um se manifesta em meninas.
Mesmo as famílias que não têm filhos com o transtorno do espectro autista, precisam conhecer sobre essa condição, presente em todos os ambientes da sociedade.
MENSAGEM DAS NAÇÕES UNIDAS
“Por uma questão de direitos fundamentais, os governos devem investir em sistemas de apoio comunitário mais fortes, programas de educação e treinamento inclusivos e soluções acessíveis e baseadas em tecnologia para permitir que as pessoas com autismo desfrutem dos mesmos direitos que as demais”, diz o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para marcar o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo.
“Para ampliar o apoio e o investimento em países e comunidades, é necessário trabalhar lado a lado com as pessoas com autismo e seus aliados. Hoje e todos os dias, vamos nos unir para concretizar seus direitos, garantir um mundo inclusivo e acessível para todas as pessoas.”
PADRÃO DE DIAGNÓSTICO
Especialistas sublinham que, nos últimos anos, mudou o padrão de diagnóstico do autismo. “Antigamente achavam que a pessoa com autismo era só aquele caso mais grave, aquela criança que tinha todas as características do transtorno. Hoje, entende-se que a criança precisa crescer, desenvolver e, a partir daí, preencher alguns critérios. Um bom profissional consegue já identificar uma criança com autismo ao 1 ano e meio de vida”, explica o neurocientista Victor Eustáquio, sócio-fundador da clínica Somar
Special Care.
A instituição atua há mais de 20 anos: possui duas unidades no Recife: uma na Torre (Zona Oeste) e outra em Boa Viagem (Zona Sul). Também há uma em Olinda (Jardim Atlântico) e outra em Jaboatão dos Guararapes (Piedade). Em breve, a Somar inaugura a quinta unidade, no complexo esportivo do Sport Club, na Ilha do Retiro, área central do Recife.
ESPECTROS
O neurocientista Victor Eustáquio destaca que o critério de diagnóstico do autismo ampliou bastante nos últimos anos. “Falamos de espectro, quando antes era só o grave. Hoje, existe uma modulação. Então, temos crianças com nível de suporte 3 (o mais grave), 2 (moderado) e 1 (leve). Então, o leque aumentou. E associado a essa condição ampla, há mais profissionais capacitados para diagnosticar”, diz.
Ele traz dados que mostram o crescimento no número de diagnósticos. “Lá pelos anos de 1970, por exemplo, a cada 100 mil crianças, uma era autista. Em 2020, a cada 54 nascidas, uma era autista; em 2022, era uma a cada 46. Agora, em 2024, temos uma autista a cada 36 crianças que nascem. São dados do CDC (órgão de saúde Centers for Disease Control and Prevention, nos EUA) que comprovam o autismo como, de fato, uma questão de saúde pública.”