Melhora no convívio social
O QUE FAZER?
Não há cura para o autismo, mas há intervenções que promovem o desenvolvimento da criança, com trabalho focado em habilidades como fala e interação social.
“As terapias são diversas: temos psicomotricidade, concentração, atenção, lateralidade da criança, equilíbrio... São atividades dinâmicas e humanizadas. A intervenção tem que ser individualizada, e o profissional precisa respeitar o limite de cada um. Mesmo dentro de cada grupo (leve, moderado e grave), existem especificidades”, frisa Victor.
Ele ressalta ainda que ambientes sociais (escola, praia, praça e zoológico, por exemplo) precisam ser retratados no acompanhamento para que a criança possa ter um melhor convívio social.
COMORBIDADES
Além disso, muitas vezes as crianças com autismo e transtornos do desenvolvimento têm outras condições associadas, como dificuldades de aprendizagem ou quadros de saúde mental.
O neurocientista chama a atenção para os transtornos associados ao autismo, como déficit de atenção, hiperatividade, dislexia e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).
“Quanto mais comorbidades estiverem associadas ao autismo, a abordagem é diferente. Nosso papel é estimular cada indivíduo. E o profissional precisa entender sobre cada condição para não atender o indivíduo de forma generalizada, pois não funciona”, acrescenta.
DETECTAR PRECOCEMENTE
O diagnóstico precoce é essencial para o tratamento do transtorno do espectro autista. Quanto mais cedo o acompanhamento médico é iniciado, maiores as chances de a pessoa com autismo ter qualidade de vida.
O processo para detectar o autismo, contudo, pode ser um desafio, pois os sintomas variam em intensidade e gravidade, a depender de cada pessoa.
O tratamento do transtorno do espectro autista pode incluir terapia comportamental, terapia ocupacional, terapia da fala e medicamentos, se necessário.
O OLHAR DA NEUROPEDIATRIA
De acordo com o neuropediatra Lucas Alves, muitas famílias enfrentam dificuldades ao lidar com condições como o autismo. Geralmente, elas se sentem perdidas e sobrecarregadas, sem saber lidar com os comportamentos da criança ou coma forma adequada que a ajude a se desenvolver melhor.
Por isso, o neuropediatra ressalta que o apoio à família é fundamental, com orientações e suporte emocional.
A idade limite para o diagnóstico precoce do transtorno do espectro autista ainda é uma questão em debate na comunidade médica.
QUAIS SÃO OS PRIMEIROS SINAIS DO AUTISMO?
Independentemente de faixa etária específica, recomenda-se que, diante de qualquer possível atraso observado, as famílias devem procurar um profissional especializado para início de uma investigação.
“Geralmente, o bebê tem uma interação com os pais. Então, o olhar na hora de amamentar é importante. Deve-se também reparar se o bebê se aconchega no colo. Por volta de 1 ano, a criança é chamada pelo nome e olha. Quando acontece alguma coisa em casa, ela segue com os olhinhos. Não significa que, se a criança não fizer isso, ela tem um diagnóstico de TEA (transtorno do espectro autista), mas é importante que isso seja visto e avaliado”, orienta Lucas Alves.