Jornal do Commercio

Micro-ônibus envolvido no atropelame­nto e morte de fiéis tem dez anos de uso e estaria com problemas mecânicos

Idade veícular do micro-ônibus foi confirmada pela própria Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. Veículo estaria apenas com o frieo dianteiro e seguindo para a garagem

- ROBERTA SOARES

Omicro-ônibus que ficou desgoverna­do e, sob condução do motorista, atropelou fiéis em uma procissão em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife Recife, é um veículo velho, com dez anos de uso, e que estava com problemas mecânicos sérios. O atropelame­nto provocou a morte de cinco pessoas e deixou outras 26 feridas, muitas em estado grave.

A idade veícular do micro-ônibus foi confirmada pela própria Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, que garantiu, ao mesmo tempo, que, apesar dos anos de operação transporta­ndo pessoas, o veículo estava em dia com as regras exigidas pelo município. Tinha o laudo da inspeção técnica veicular do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), realizada há cinco meses e com validade anual.

Mas denúncias feitas por passageiro­s que utilizam a linha 118 - Marcos

Freire/barra de Jangada revelam que o micro-ônibus estava com problemas mecânicos graves, como a falta de freios, e que seguia para a garagem quando aconteceu o sinistro de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define).

MICRO-ÔNIBUS SEGUIA PARA A GARAGEM DEVIDO AOS PROBLEMAS

Segundo a denúncia, cujo áudio foi divulgado por familiares das vítimas durante protesto por mais fiscalizaç­ão do Sistema de Transporte

Municipal de Jaboatão dos Guararapes, realizado na manhã desta segunda-feira (01/4), o micro-ônibus já tinha sido colocado para rodar “no tranco”, como se define popularmen­te o ato de empurrar o veículo para ligar, e estava apenas com o freio dianteiro. Seguiria para a garagem para passar por reparos.

Confira o áudio sobre os problemas no veículo:

“O carro estava travado e foram destravá-lo no terminal para que conseguiss­e chegar na garagem. Ele estava só com o freio dianteiro, que foi enchido de ar para que conseguiss­e chegar na garagem. Botaram para rodar no tranco e mandaram ir para a garagem. Ele (o motorista) saiu atrás da procissão e ficou em cima da ladeira esperando. Mas quando ele desceu, o freio não funcionou. O carro baixou o balão de vez e ficou sem freio”, diz o áudio.

O veículo foi guinchado para a Delegacia de Prazeres, para perícia do Instituto de Criminalís­tica (I.C.).

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