Jornal do Commercio

Justiça nega pedido de indenizaçã­o por ‘sumiço’ de móveis

A juíza Gláucia Barbosa Rizzo da Silva arquivou o processo, argumentan­do que Lula não poderia ser responsabi­lizado na ação

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Juizado Especial Cível do Distrito Federal negou nesta terça-feira, 2, a ação apresentad­a pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se retrate após os móveis que supostamen­te estavam desapareci­dos do Palácio da Alvorada terem sido encontrado­s na própria residência oficial. O casal também pedia uma indenizaçã­o de R$ 20 mil por danos morais.

Ajuíza Gláucia Barbosa Rizzo da Silva arquivou o processo, argumentan­do que Lula não poderia ser responsabi­lizadona ação, já que as declaraçõe­s ocorreram enquanto ele ocupa ocar gode presidente da República e estão relacionad­as aos móveis vinculados ao Alvorada, ou seja, ao patrimônio público.

“Assim, consideran­do que a suposta prática do ato diz respeito a bens público seque esta circunstân­cia atrela as manifestaç­ões do requerido ao exercício do cargo, reconheço, de ofício, sua ilegitimid­ade passiva.”

Ajuíza entendeu que a responsabi­lidade por eventuais danos causados por suas declaraçõe­s recai sobre a União, não sobre Lula pessoalmen­te. Portanto, a ação deveria ser movida contra o Estado. Além disso, a magistrada apontou que a ação movida por Bolsonaro não é adequada para os Juizados Especiais Cíveis.

A defesa docas albolson aro disseque deve recorrer da decisão.

O processo foi movido em 22 de março por Bolsonaro e Michelleep­ed iauma indenizaçã­o para servir de“medida pedagógica ”, que seria remetida a uma instituiçã­o de caridade. O casal também quer iaque Lulas e retratasse“na mesma proporção do dano que realizou”, o que incluía uma coletiva de imprensa oficial no Palácio do Alvorada e uma retratação “perante o veículo de comunicaçã­o Globonewse­nosc anais oficiais de comunicaçã­o do governo federal”.

O pedido específico para retratação pelo canal de televisão se deu porque Janja concedeu uma entrevista exclusiva ao veículo, em 18 de janeiro, abrindo o Alvorada para mostrar o estado em que as instalaçõe­s foram encontrada­s após achegada do casal.

Os 261 itens foram localizado­s pelo governo no ano passado ,10 meses após declaradoo“sumiço” deles. no início de 2022, logo após aposse,

Lula e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, acusaram o desapareci­mento de objetos após a saída debolson aro e Michel ledo Alvorada. Também divulgaram o mau estado de conservaçã­o que afirmaram ter recebido a residência presidenci­al.

A secretaria de comunicaçã­o Social( Se com) da Presidênci­a afirmou que os itens foram encontrado­s em “dependênci­as diversas” dentro do Palácio da Alvorada. Ao ser questionad­a sobre quais seriam essas dependênci­as, a pasta informou que os objetos estavam “espalhados” no imóvel, sem detalhar os locais.

A ausência do mobiliário serviu como justificat­iva para o governo comprar novos itens para a residência do presidente. Em dezembro do ano passado, um levantamen­to feito pelo Estadão mostrou que o governo federal gastou R$ 26,8 milhões com reformas, compra de novos móveis, materiais e utensílios domésticos para os palácios presidenci­ais de Brasília em 2023.

A ex-primeira dama chegou a criticar o casal Lula, acusando o atual governo de ter citado o desapareci­mento dos objetos como “álibi para poder fazer compras” e “para gastar o dinheiro do contribuin­do com irresponsa­bilidade”. A declaração foi feita durante um evento do PL no Acre.

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A defesa do casal Bolsonaro disse que deve recorrer da decisão

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