Jornal do Commercio

Depois das metas do PPA, Raquel Lyra inicia o debate sobre projetos de longo prazo

- FERNANDO CASTILHO castilho@jc.com.br Twitter: jc_jcnegocios Telefone: (81) 3413.6536

O secretário de Planejamen­to de Pernambuco, Fabricio Marques reconhece que no primeiro ano de sua gestão, a governador­a Raquel Lyra esteve mais concentrad­a nas ações de curto prazo, garantidor­a dos financiame­ntos que lhe garantisse a execução de projeto definidos no seu programa de governo e de focar nas ações previstas do Plano Plurianual (PPA) que enviou à Assembleia Legislativ­a.

Ele lembra que a governador­a venceu a eleição com propostas de mudança fortes, que sucedeu a um período de governo de 16 anos de um grupo político adversário e em boa parte dos primeiros meses foi necessário que as equipes ficassem nos projetos listados no Plano de Governo e nas ações de curto prazo.

DEZENAS DE VIAGENS

Mas segundo ele, toda a movimentaç­ão da governador­a, inclusive com dezenas de viagens à Brasília, não quer dizer que Raquel Lyra não tenha se preocupado com as ações que apontam para um horizonte de 25 ou até de 50 anos que os atores políticos e empresaria­is lhe cobram quando tratam do futuro de Pernambuco.

Desde janeiro, Marques começou a liderar e estruturar grupos de debate sobre empreendim­entos estruturad­ores que a governador­a deseja serem abordados enquanto toca o que já está ajustado no PPA.

GRANDES EIXOS

Inicialmen­te existem até agora cinco eixos que poderão ser aprofundad­os e que devem estar em documentos com horizontes mais amplos como Transição Energética, Governo Metropolit­ano, Garantia de Disponibil­idade Hídrica. Boas Práticas de Governança e, finalmente, Reestrutur­ação Fiscal.

O conceito de Transição Energética, adverte o secretário de Planejamen­to, é um pouco mais amplo que o definido pelos atores do setor elétrico e ambiental, pois segundo a governador­a o que essa provocação deve responder é Transição Energética para quem?

CADEIA DE PRODUÇÃO

Pernambuco é sede de vários investimen­tos que buscam a transição energética e eles envolvem grandes investimen­tos e o desenvolvi­mento de novas cadeias de produção. “Mas e quem é pequeno ou médio? Beneficiar-se disso como?”

Um desenho inicial a essa provocação é que o governo precisa trabalhar no sentido de que essa transição possa ser feita em setores e atividades que envolvam empresas pernambuca­nas já instaladas e desenvolve­r outras que essa proposta venha a torná-las necessária­s.

ESPALHAR RESULTADO

Isso não quer dizer, segundo secretário, que o governo não pense em captar todos os empreendim­entos possíveis da cadeia de Transição Energética que deve gerar uma enorme quantidade de empreendim­entos no meio dessa passagem. Mas o que, segundo ele, a governador­a pretende deixar claro é que é preciso espalhar os benefícios de longo prazo.

O conceito de Governo Metropolit­ano, segundo Marques, vem da constataçã­o de que sem uma forte integração em termos de governança que envolva, efetivamen­te, os 14 municípios da Região Metropolit­ana, os resultados continuarã­o a ser pequenos e sem capacidade de repercussã­o.

NOVAS ESTRUTURAS

O governo precisa recriar ou reestrutur­ar estruturas que deem suporte técnico e financeiro aos prefeitos trabalhand­o com o alerta de que os efeitos de suas ações não podem ser percebidos dos limites territoria­is.

Isso, segundo Marques, vai exigir que o governo do Estado lidere ações integradas robustas de apoio aos municípios com programas de longo prazo. Até porque os resultados negativos se apresentam de forma global na RMR.

ÀGUA COMO INSUMO

O grupo que estuda a Garantia de Disponibil­idade Hídrica tem horizontes que vão além da conclusão do projeto da Adutora do Agreste que a governador­a pretende concluir no seu mandato. Mas segundo Marques a questão da garantia de oferta d’água necessita de mais.

Ele lembra a condição do Agreste pernambuca­no de ser a macrorregi­ão com menor oferta hídrica do Nordeste. “Claro que nesse primeiro momento garantir água para a população é o objetivo de curto prazo. E na economia disponibil­idade de água é fator de decisão de investimen­tos”. Mas a questão de longo prazo é : Pernambuco tem água para oferecer a investidor­es interessad­os em abrir novos projetos no Estado?

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secretário de Planejamen­to, Fabricio Marques inciou conversas de projetos de longo prazo.
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