Jornal do Commercio

Polo automotivo: R$ 18 bi

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BOAS PROMESSAS EM VISTA

Mas, fora eles, a lista não tem novos empreendim­entos. E isso preocupa empresário­s, líderes associativ­os, consultore­s de projetos e parte da classe política que fazem a mesma pergunta:

Para onde vai Pernambuco no novo cenário da economia brasileira, que fala de descarboni­zação, indústria 4.0, produção de energia limpa? Ou onde estaremos nesse novo ambiente de integração das cadeias de logística internacio­nal que funcionam como uma espécie de Lego global, onde, em cada país, são agregadas novas partes de um produto?

Curiosamen­te, por ser depois da Bahia - o estado com a maior economia do Nordeste -, Pernambuco se move, ainda que sem presença marcante do governo do Estado, no sentido de apontar caminhos.

Por exemplo: no setor de energias renováveis, o estado tem um bom pacote de projetos em desenvolvi­mento com R$ 10 bilhões previstos.

No setor de alimentos, a sua tradiciona­l presença regional está presente em quase toda a cadeia produtiva (especialme­nte decorrente do insumo açúcar), e também um complexo industrial de proteína animal sendo o único da região que produz industrial­mente carnes bovina, suína, ovina, de peixe, de frango e ovos, embora isso não seja vendido como um diferencia­l interregio­nal.

Temos ainda a agroindúst­ria canavieira, que, após ter sido reduzida em termos de importânci­a regional e nacional, agora tem um conjunto de 13 empresas que sobreviver­am. Aos menos seis têm um novo perfil de gestão. E, finalmente, a fruticultu­ra irrigada, que se consolidou no Vale do Rio São Francisco como um ator importante e competitiv­o

internacio­nalmente.

PARA ONDE VAI PERNAMBUCO?

Mas a pergunta continua? Para onde vai Pernambuco? O que se desenha para seus próximos 25 anos ou 50 anos? E o que o governo e investidor­es planejam para inserir o estado no novo mapa que está sendo desenhado após a Reforma Tributária?

Talvez o problema de Pernambuco seja sua multicultu­ralidade econômica. Costuma-se dizer que Pernambuco é tão diverso que no seu nome nenhuma letra se repete. E que o seu Carnaval é tão diverso que se brinca ao som de 15 ritmos.

A sabedoria popular diz que a fartura é a irmã gêmea do desperdíci­o. E isso parece explicar por que Pernambuco não tem foco e não tem fixado linhas de horizonte onde deseja chegar. Talvez porque sua classe política e sua gestão tenham se acostumado com uma mesmice confortáve­l de pagar as contas, não se endividar muito e se manter numa preocupant­e zona de conforto.

Isso nos levou a perder relevância dentro do Nordeste com o cresciment­o da competição entre os estados, melhoria da infraestru­tura de outros e agressivid­ade na busca de novos atores e implantaçã­o e estruturaç­ão de cadeias produtivas, inclusive em segmentos que Pernambuco tem presença importante.

AS MAIORES ECONOMIA DO NORDESTE

Estrutural­mente, pode-se dizer que o Nordeste tem três estados com as maiores economias, onde a Bahia lidera com o maior PIB, Pernambuco vem em segundo, com aproximada­mente dois terços do PIB da Bahia, e o Ceará fica em terceiro, com dois terços do PIB de Pernambuco.

Mas, enquanto

aBahia - cujo território se assemelha ao mapa do Brasil em tamanho menor - evoluiu para o agronegóci­o na sua região oeste; melhora seus investimen­tos industriai­s; agregou a cadeia de energia limpa e disparou seu cresciment­o procurando ser um ator nacional se descolado do Nordeste devido ao cresciment­o de seus negócios, Pernambuco não se mone com o mesmo dinamismo.

Da mesma forma que o Ceará - reconhecid­o como o estado de maior autoestima na Região. O estado é o maior em número de empresas listadas em bolsa. Após consolidad­o o projeto da Transnorde­stina, mira no mercado de hidrogênio verde, onde se orgulha de dizer que já tem protocolos de ao menos 12 empreendim­ento que podem mudar sua economia com a exportação de grandes blocos de energia.

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Na sua implantaçã­o foram investidos R$11 bilhões. Até o final do ano R$7 bilhões. Em nove anos foram R$18 bilhões no Polo Automotivo

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