Mobilidade e infraestrutura urbanas seguem sendo desafios em Pernambuco
O futuro do Estado sob a ótica da mobilidade urbana é desafiador porque seguimos discutindo e esperando pelos mesmos antigos projetos
São muitos os desafios da mobilidade e infraestrutura urbanas em Pernambuco. Antecedem a gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB) e até mesmo as anteriores a ela. E seguem sendo, em sua grande maioria, os mesmos. Entra governo, sai governo e o Estado não consegue melhorar o transporte público da Região Metropolitana do Recife nem o que atende ao interior pernambucano - vendo, cada dia mais, a explosão dos serviços de transporte clandestinos, inclusive com motos, como Uber e 99 Moto.
O Estado também segue acompanhando a degradação - já quase perigosa sob o aspecto operacional, vale ressaltar - do Metrô do Recife, sem ações efetivas, políticas e administrativas, para assumir a estadualização ou, ao menos, reverter a crise estrutural do sistema gerido pelo governo federal, mas que atende aos moradores do Grande Recife.
Fez gestos, como pedir mais de R$ 136 milhões para a aquisição de 60.227 dormentes de concreto monobloco - o que permitirá recuperar a infraestrutura do sistema - no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). E visitar com frequência Brasília. Mas nada mudou e o Metrô do Recife segue mendigando recursos ao governo federal.
Para se ter ideia da situação, em 2023 o metrô pediu R$ 765 milhões de orçamento, mas o quadro de dotação definido pelos limites aprovados na Lei Orçamentária Anual (LOA) foi de apenas R$162 milhões. Em 2024 a situação não está diferente. O quadro de dotação definido pelos limites aprovados na LOA foi de R$149 milhões, mas a proposta orçamentária enviada foi de R$159 milhões para custeio e investimento.
Na infraestrutura rodoviária não é diferente. O Estado segue dependente de projetos estruturais para melhorar a circulação da economia e atrair mais investimentos, como é o caso do Arco Metropolitano, corredor rodoviário metropolitano que seria alternativa ao grande volume de veículos pesados que circulam no contorno urbano da BR-101 na Região Metropolitana do Recife. E que já é quase uma lenda urbana.
Por outro lado, é nessa área que a atual gestão estadual tem mostrado um pouco mais de desenvoltura, dando o start em projetos que o PSB não conseguiu iniciar, por exemplo, nos 16 anos à frente do governo de Pernambuco