Jornal do Commercio

Coluna social deve ser um jornal dentro do jornal

O Jornal do Commercio sempre se destacou na área do colunismo social...

- JOÃO ALBERTO

Ocolunismo social nasceu no começo dos anos 20, nos Estados Unidos com Walter Winchell,fil hode imigrantes judeus, que criou a primeira coluna especializ­ada em notícias sobre ricos e famosos da época. Tornou-se uma das figuras mais importante­s de Nova York. No Brasil, o colunismo social nasceu com Álvaro Americano, que era editoriali­sta de“O Globo ”, onde criou acolunado Swann, que circulou por muitos anos e foi, depois, assinada por Ricardo Boechat, Carlos Leonam, Fred Sutter, Zózimo Barrozo do Amaral e Ancelmo Gois.

Acrônica social no Brasil no estilo norte-americano foi Antônio Bernardez Müller, conhecido por Maneco pelos amigo seques e consagrou com o pseudônimo Jacinto de Thormes, que se tornou literalmen­te venerado no Rio de Janeiro. Foi quando surgiu Ibrahim Sued, de origem modesta, que começou como fotógrafo de eventos sociais até criar acoluna “Zum-zum” no jornal “Vanguarda”, no Rio de Janeiro, até se transforma­r na grande marca do colunismo social brasileiro, tendo como auxiliares alguns dos maiores jornalista­s do país. Tinha um estilo elegante de vestir.

Tive a oportunida­de de conhecê-lo, inclusive de ser recebido para jantar no seu apartament­o. Costumava me informar quando passava pelo Recife, rumo a Paris, nos aviões da Panair do Brasil, que faziam parada técnica de duas horas nos Guararapes e os passageiro­s desembarca­vam, e eu ia conversar com ele.

Fui convidado para a deslumbran­te festa em que comemorou os 30 anos de carreira no Copacabana Palace.destacou-setambémna televisão, onde teve programa diário, criando frases antológica­s, como: “De leve”, “Sorry, periferia ”,“depois eu conto”, “Ademã que eu vou em frente”, “Os cães ladram e a caravana passa”, “Olho vivo, que cavalo não desce escada”; par alembrar algumas das muitas.

Depois de Ibrahim Sued, agrande revolução foi“Zózimob arroz odo amaral ”, filho de família ilustre carioca revolucion­ou o colunismos oci alco msu acoluna no jornal do Brasil. Tive a felicidade, no início da carreira, de estagiar com ele, conhecer seu método de trabalho (muito trabalho...), sempre inspirado numa fase que era um mantra para ele :“acoluna deve ser um jornal dentro de outro”, abordando os mais variados assuntos. Um ensinament­o que nunca deixei de usar. Depois de décadas no Jornal do Brasil, mudou-se para “O Globo”, onde ficou até falecer. Foi substituid­o no JB por Danusa Leão, que também fez sucesso.

Um cronista que brilhou, pelo estilo descontraí­do, foi Daniel Más, que eu trouxe um aveza o recife. tinha uma coluna de duas páginas no “Correi od amanhã, um jornal que marcou época depois da Revolução de 1984. Em São Paulo, o pernambuca­no Tavares de Miranda brilhou por anos na Folha de S. Paulo, no espaço que hoje é de Mônica Bérgamo. Também se destacou Giba Um, pseudônimo de gilberto luizdi pi erro, que veio várias vezes ao Recife.

O Jornal do Commercio sempre se destacou na área do colunismo social, com Altamiro Cunha, Alex, Oris mar rodrigues, robert aju ng mann, Flávia de Gusmão e Mirella Martins, quem e sucederamn­o social 1. cada um no seu tempo brilhou.

Nos suplemento­s que circulavam aos domingos, também se destacaram Zilde Maranhão, helen apessoa de Queiroz,d anilo marcos,th ais Notare, e, no Diario da Noite, espécie de edição vespertina do jornal do com mércio, fá tima Bahia, Antônio Azevedo, Moysés Kestman. No Diario de Pernambuco, Paulo do Couto Malta, Edmundo Morais, cacho borges, fernando Barreto. e, hoje, paula lo sada e Cleodon Coelho.

A Folha de Pernambuco também com profission­ais importante­s: Mariana de Almeida, Paula Imperiano, Simone Lima e Roberta Jungmann.

Vivi, nestes 56 anos de coluna, mudanças radicais. No começo, basicament­e era a cobertura de festas, que aconteciam em ambulância nos clubes sociais, jantares em casas de famosos, casamento badalados. Tinha que dar todos os detalhes e uma intermináv­el lista de presenças, detalhe que minha boa memória ajudava, sempre tive o hábito de não usar caderneta de anotações. A lista terminava sempre com “entre outros”. O que levou um médico famoso do Recife, que eu esquecia de citar, ase chamar entre os amigos de “Entre outros”.

Exatamente depois do estágio no Jornal do Brasil, comecei adar notas de política, de economia, de futebol, de exposições de pintores. Atualmente, a prática, que aprendi com Zózimo virou rotina de todas as colunas sócias. Que hoje deixaram de se dirigir apenas aos ricos e bem sucedidos. Tornou-se leitura de todos os públicos. Coma principal caracterís­tica deter notas curtas, facilitand­o a leitura, tem espaço de destaque em todos os jornais e originou dezenas de blogsespec­i alizados na área.

Em resumo, acrônica social de hojeéb em melhor, com o número de leitores crescendo. Tive o privilégio de acompanhar esta mudança.

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DIVULGAÇÃO João Alberto. marca agora do JC: “a crônica social de hoje é bem melhor, com o número de leitores crescendo. Tive o privilégio de acompanhar esta mudança”

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