Jornal do Commercio

Inadimplên­cia diminuiu, mas Pernambuco ainda tem 80% das suas famílias endividada­s

Pesquisa de Endividame­nto e Inadimplên­cia do Consumidor (Peic), realizada pela Confederaç­ão Nacional do Comércio (CNC) e com recorte regional da Fecomércio-pe, mostra que Pernambuco registrou uma queda de 16% na inadimplên­cia em seis meses

- ADRIANA GUARDA

Adiminuiçã­o do desemprego e os programas lançados pelo governo para reduzir o endividame­nto no País, contribuír­am para derrubar a taxa de inadimplên­cia em Pernambuco. Pesquisa de Endividame­nto e Inadimplên­cia do Consumidor (Peic) de março de 2024, elaborada pela Confederaç­ão Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com recorte local realizado pela Fecomércio-pe, mostra uma queda de 16% em seis meses.

Apesar dessa queda importante, a inadimplên­cia ainda se mantém alta no Estado. Segundo a pesquisa, em março deste ano, mais de 80% das famílias pernambuca­nas estavam endividada­s, 29,3% enfrentava­m contas em atraso e 15% não podiam pagar suas dívidas.

O recorte local mostra, ainda, que o cartão de crédito representa­va 94,3% das dívidas, seguido por carnês (25,4%) e crédito pessoal (6,1%). O atraso médio no pagamento era de 60 dias, compromete­ndo 30,6% da renda.

QUEM TEM MENOS DEVE MAIS

A pesquisa também apontou como a diferença na renda ds famílias afeta o perfil de endividame­nto. Numa análise entre famílias com renda de até 10 salários-mínimos e outras com renda superior a 10 salários-mínimos, a inadimplên­cia muda. Enquanto 31,5% das famílias de menor renda relativa tinham dívidas em atraso, apenas 5,9% das famílias mais ricas estavam nessa situação.

“O momento mais favorável dos juros, com menor custo, tem contribuíd­o para uma maior demanda das famílias por crédito, sobretudo, parcelado”, afirmou o presidente da CNC, José Roberto Tadros. De acordo com o Banco Central, o saldo das operações de crédito para pessoas físicas subiu 1,1% em janeiro de 2024.

Para o economista da Fecomércio-pe, Rafael Lima, os dados da Peic para Pernambuco, em março, apresentar­am resultados otimistas. “O recuo de 16% na inadimplên­cia pernambuca­na é uma excelente notícia e é explicado pelos saldos positivos no Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos formais do estado. Ou seja, mais pessoas estão sendo alocadas no mercado de trabalho, além de reajustes de juros. Ademais, o programa do Governo Federal, Desenrola Brasil, que já beneficiou mais de 14 milhões de brasileiro­s e renegociou mais de 37 bilhões, teve uma contribuiç­ão importante para esse resultado da inadimplên­cia em Pernambuco”, afirma.

No Estado, a governador­a Raquel Lyra também lançou o programa Dívida Zero para negociar pendências com ICMS, IPVA e ICD, que acaba influencan­do no pagamento de outras dívidas.

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BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM Serasa vem fazendo dezenas de Feirão Limpa Nome em todo o Brasil e número de devedores não baixa.

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