Jornal do Commercio

UE aprova reforma que endurece leis de imigração

Os principais grupos políticos do Parlamento superaram a oposição de partidos de extrema direita e de esquerda e deram aval à nova lei após dez anos de negociação

-

OParlament­o da União Europeia aprovou nesta quarta-feira, 10, uma reforma da política de asilo que endurece o contro lenas fronteiras e força todos os 27 países do bloco a compartilh­arem responsabi­lidades. Os principais grupos políticos do Parlamento superaram a oposição de partidos de extrema direita e de esquerda e deram aval à nova lei após dez anos de negociação.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, chamou a reforma de um “passo histórico”. A comissária de assuntos internos do bloco, Ylva Johansson, disse que a UE será “capaz de proteger melhor suas fronteiras, os vulnerávei­s e os refugiados, [ALÉM De]devolver rapidament­e os que não têm direito de ficar” e distribuir a responsabi­lidade entre os países-membros.

No entanto, nem todos gostaram. Fora do Parlamento, em Bruxelas, ativistas, ONGS de defesa dos imigrantes e organizaçõ­es de caridade protestara­m contra a reforma, considerad­a uma traição aos valores da UE.

A oposição à reforma também uniu as extremas direita e esquerda, mas por motivos diferentes. para os esquerdist­as radicais, alei-que inclui a construção de centros de refugiados nas fronteiras e envio de imigrantes para países de fora da UE - são incompatív­eis com os direitos humanos.

AMEAÇA

Os deputados ultraconse­rvadores, por sua vez, reclamaram que a reforma não foi longe o suficiente para bloquear o acesso de imigrantes ilegais, acusados de espalhar inseguranç­a e de ameaçara identidade europeia.

As novas medidas entrarão em vigor em 2026, após a Comissão Europeia definir como elas serão implementa­das. Os novos centros de fronteira abrigarão migrantes em situação ilegal enquanto os pedidos de asilo são analisados e aceleraria­m as deportaçõe­s de quem tiver o pedido recusado.

As novas regras também exigem que os países da UE recebam milhares de solicitant­es de asilo de Estados fronteiriç­os, como Itália e Grécia, ou enviam dinheiro e recursos para os países sob pressão. Cada imigrante custaria € 20 mil (R$ 110 mil), segundo a proposta.

Apartem ais questionad­a, porém,éoenv iode solicitant­es de asil opara países fora da UE. O bloco pode expulsar os imigrantes, desde que para países considerad­os “seguros” - o que evitaria ter de deportá-los ao país de origem, onde provavelme­nte seriam perseguido.

Ano valei deve agora ser aprovada pelos 27 membros. O maior obstáculo deve ser o novo primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, que afirmou que não concorda com as novas regras que permitem a realocação de imigrantes. “Encontrare­mos maneiras para que, mesmo que o pacto entre em vigor, protegerem­os a Polônia contra o mecanismo de realocação”, disse ele, alegando que de seu país já está acomodando cerca de 1 milhão de refugiados ucranianos.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil