Jornal do Commercio

European Energy aposta no e-metanol em Pernambuco além do hidrogênio verde

- FERNANDO CASTILHO castilho@jc.com.br Twitter: jc_jcnegocios Telefone: (81) 3413.6536

Um ano depois de começar a operar Complexo Eólico Ouro Branco e Quatro Ventos, localizado em Pernambuco, com capacidade de produzir 94MW, a empresa dinamarque­sa European Energy procurou o governo de Pernambuco para anunciar um novo empreendim­ento.

Desta vez, a companhia se propôs a produzir e-metanol que numa área de dez hectares dentro do Complexo Industrial de Suape, para o qual está previsto um investimen­to de R$2 bilhões. Ela vai construir uma planta que deve operar no segundo semestre de 2026 focada no mercado exportador, especialme­nte no de abastecime­nto da nova linha de navios de grande porte.

CICLO DO E-METANOL

Curiosamen­te, o projeto não foca na exportação de energia a partir de hidrogênio verde, embora no ciclo de produção do e-metanol, ele entre como componente estratégic­o. Além disso, o projeto em Suape segue o modelo da planta já em construção na Dinamarca que deve entrar em operação este ano.

O que a European Energy deseja é que com o CO2 (140 mil toneladas ano), preferenci­almente adquirido em usinas de Pernambuco e demais estados do Nordeste oriental (AL, PE, PB e RN) produza e-metanol a partir de hidrogênio verde.

MERCADO DE CO2

O processo prevê que também seja usado CO2 produzido a partir de biogás onde a empresa através de uma subsidiári­a (Ammongas) uma companhia fornecedor­a de plantas ambientais sob medida que European Energy controla pretende ajudar gestores de aterros da Região a se incorporar­em ao processo.

Para o processo de produção de hidrogênio verde, estimado em 20 mil toneladas, a empresa vai usar energia renovável, entre elas eólica de parques que controla (inclusive podendo usar a energia a ser produzida num projeto que está prevendo para ser implantado em Tacaimbó), embora com a oferta de energia no Mercado Livre a decisão virá, naturalmen­te, pela oferta de melhor preços.

ROTA DO HIDROGÊNIO

Segundo o secretário de Desenvolvi­mento Econômico, Guilherme Cavalcanti, o projeto da European Energy despertou interesse de Pernambuco porque ele se insere na cadeia produtiva do hidrogênio verde.

Isso quer dizer novos empreendim­entos de produção de amônia, por exemplo, que o estado está negociando. Além do fato de, no caso da empresa dinamarque­sa, se tratar de tecnologia dominadas e já adotadas. Segundo ele, empreendim­entos desse tipo são o que o Estado persegue. Ou seja, ter projetos da cadeia do hidrogênio verde e não apenas cuidar da produção para exportação. Ele se destaca como um combustíve­l líquido de baixo teor de carbono, emergindo como uma alternativ­a viável aos combustíve­is fósseis em setores desafiados pela descarboni­zação, como o transporte marítimo.

JÁ EM PERNAMBUCO

A European Energy possui dois projetos operaciona­is no Brasil: uma planta solar localizada na Paraíba, na cidade de Coremas, de 93MW, e também o Complexo Eólico Ouro Branco e Quatro Ventos, localizado em Pernambuco, com capacidade de produzir 94MW.

De fato, o projeto tem um componente bem distinto dos projetos de hidrogênio verdes anunciados por vários estados. Como e-metanol tem uma enorme aplicabili­dade não apenas como combustíve­l (um de seus possíveis clientes é a gigante Maersk que encomendou uma nova frota de super navios movidos a esse combustíve­l como a indústria de plástico.

SUPERNAVIO­S

Ontem, por ocasião da apresentaç­ão à governador­a em exercício Priscila Krause do projeto, o gerente de projetos de European Energy no Brasil, Alexandre Groszmann, destacou a capacidade que o empreendim­ento tem de agregar fornecedor­es locais como as usinas de etanol, as plantas de geração eólica e de biometano que agregam mais valor à indústria local que será fornecedor­a de insumos.

A European Energy foi fundada na Dinamarca em 2004 por Knud Erik Andersen e Mikael D. Pedersen e hoje temos escritório­s em mais de 18 países. Como um dos seus negócios estruturai­s, a European Energy se orgulha de ter evitado a emissão de 3,2 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.

TERMINAL DE GLP

O presidente do Grupo Edson Queiroz, Carlos Rotella confirmou que junto com Oiltanking Logística Brasil (Grupo Otamerica e Copa Energia formalizar­am a criação da OT Gás Nordeste (OTGN) que terá planta em Suape. Vão construir um terminal greenfield de 120 mil m3 para armazename­nto refrigerad­o de GLP, no Porto de Suape, cujo investimen­to é estimado em R$1,2 bilhão.

O início das operações do terminal está previsto para meados de 2027. A Otamerica será o sócio controlado­r para as frentes operaciona­l e comercial da empresa, reiterando seus aspectos de operador independen­te.

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Perspectiv­a da Indústria de produção de e-metanol da European Energy na Dinamarca que a empresa pretende fazer em Suape.
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