Jornal do Commercio

Brasil monitora impacto do conflito Irã x Israel no preço do petróleo

O ministro afirmou que o Brasil se prepara para enfrentar um cenário mais crítico

- AGÊNCIA BRASIL

Oministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta segunda-feira (15) a criação de um grupo de trabalho para acompanhar eventuais impactos do ataque do Irã a Israel no sábado (12) no mercado nacional de petróleo.

“O Brasil, como todos os países do mundo, sofre impactos quando há restrição de produção ou de comerciali­zação do petróleo”, disse.

À imprensa, o ministro informou que já coordenou, antes das 9h desta segunda-feira, uma primeira reunião para avaliar acrise internacio­nal e acompanhar­a variação de preços dobar rildo petróleo no mercado internacio­nal.

“É importante que agente esteja atento. O ministério está debruçado. Hoje mesmo, já fiz uma reunião cedo coma Secretaria Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombust­íveis [do MME], afim de que agente possa, em um grupo de monitorame­nto permanente da oscilação do preço do Brent [petróleo cru], que eu acabei de criar, estar atentos e agir de pronto com os mecanismos que nós temo seque respeitem, mais uma vez, a governança do setor privado e também da própria Petrobras, que é uma empresa de economia mista.”

Silveira se declarou como um “realista esperanços­o” em relaçãoà possibilid­ade de escalada da tensão no Oriente Médio e disse que neste momento não há elementos concretos que indiquem se haverá“confrontos mais frontais o umais vigorosos ”. Segundoele, o brasil se prepara para enfrentar um cenário mais crítico.

O ministro disse que, durante todo o dia de hoje, o MME estará em contato com a Petrobras, distribuid­oras de combustíve­is e com os demais membros da cadeia de suprimento­s do petróleo no Brasil para que o país se prepare para um possível aumento do conflito internacio­nal.

“Tenho esperança de que não aconteça [acirrament­o do conflito entre Irã x Israel]. Mas,c omo fogeà nossa esfera de gestão, nos cabe acompanhar de perto, para que não tenha o mínimo risco de falta de suprimento, muito menos impactos mais dramáticos na economia nacional”, declarou Alexandre Silveira.

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

O ministro deu as declaraçõe­s em entrevista coletiva à imprensa, na Casa do G20, em Brasília, após abrir, no local, a primeira reunião presencial do Grupo de Trabalho (GT) de Transições Energética­s do G20. Esse grupo reúne as maiores economias do mundo, mais a União Africana e União Europeia. O GT é coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, durante a presidênci­a rotativa do Brasil, até novembro deste ano.

No encontro, os membros do GT debateram o acesso ao financiame­nto da transição energética para evoluir para uma economia de baixo carbono.

Alexandre Silveira destacou a necessidad­e de se reduzir a dependênci­a dos combustíve­is fósseis à base de carvão ou petróleo, o uso brasileiro de fontes de energia renováveis, como hidrelétri­cas, eólicas, solares e, por fim, o biodiesel e o etanol, como fontes renováveis e mais baratas de geração de energia.

Em sua fala aos participan­tes do encontro, o ministro destacou ainda que a transição energética representa uma oportunida­de econômica par afazer justiça com os países que mais contribuem para a sustentabi­lidade do planeta. Ele defendeu que as nações com renda per capita maior doque ade países de desenvolvi­mento paguem a conta para os países do chamado Sul global, para que a transição energética seja efetiva, justa e inclusiva.

“Não há como se avançar na transição energética sem reconhecer que o sus $4,5 trilhões estabeleci­dos na CO P [28ª Convenção-quadro das Nações unidas sobrem u dançado Clima] emDubai,p ara produção de energias limpas e renováveis até 2030, para o cumpriment­o do Acordo de Paris, só vai acontecer se os países industrial­izados começarem a reconhecer­a necessidad­e de cumprirem o acordo de Copenhague, que estabelece­u us $100 milhões por ano em investimen­tos nessas energias.”

O ministro ainda defendeu que os impactos da sustentabi­lidade somente serão concretos se a gestão for global. “Porque o carbono não tem fronteiras, nós vivemos em um único ecossistem­a, então ninguém consegue barrar o carbono na fronteira dos seus países.”

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FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL Silveira se declarou como um “realista esperanços­o” em relação à possibilid­ade de escalada da tensão no Oriente Médio

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