Em três anos, menos de 50 km de ciclofaixas foram implantados no Recife
Atualmente, o Recife conta com 191,5 km de rotas cicloviárias, sendo 47,2 km implantados desde 2021
A ciclo mobilidade está devagar no Recife. Apesar dos avanços na implantação e expansão da malha cicloviária naúltimadécada-méritodas gestões do PSB,éimport ante destacar -, a Prefeitura do Recife deu uma desacelerada desde 2021.
Segundo dados oficiais da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), foram implantados menos de 50 km de estrutura para os ciclistas na cidade nos últimos três anos. Atualmente, o Recife conta com 191,5 km der otas cicloviárias,km implantados entre 2021 e abril de 2024.
A estagnação da capital na ciclomobilidade foi um dos assuntos abordados no debate realizadona Rádio Jornal, nesta segunda-feira (15/4), quando se comemorou o Dia Mundial do Ciclista. O tema principal do debate foram os dez anos do Plano Diretor Cicloviário da Região cife(pdc ), que segue incompleto.
O debate contou coma participação da vereadora Liana Cirne (PT), que comandou uma audiência pública na Câmara Municipal no mesmo dia sobre o tema, e da cicloativista Barbara Barbosa, coordenadora da associação Metropolitana de ciclistas do Recife (Ameciclo).
PLANO DIRETOR CICLOVIÁRIO FICOU NA PROMESSA
Duranteodebate-quenão contou coma participação de representantes dactt ur eci fenem da Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura do Estado( sem obi ), que recusaram o convite para participar -, a Ameciclo informou que o PDC ficou na promessa em uma década de criação e após custar R$ 3 milhões para ser elaborado, ainda no governo de Eduardo Campos (PSB).
No caso do Recife, o plano previa a implantação de 265 km de estrutura cicloviária na cidade entre 2014 e 2017, mas foram implantados 191,5 km entre 2014 e 2024. E, mesmo assim, apenas 75 km foram dentro da rede cicloviária estudada e prevista no PDC.
“Ou seja, apenas 28% da rede que estava projetada no PDC foi implementada efetivamente. E estamos falando, basicamente, de ciclofaixas, que são estruturas que não protegem o ciclista como as ciclovias. E a maioria delas, com poucas exceções, colocadas em ruas que têm menos tráfego de veículos. Por isso que agora a nossa luta tem sido pela infraestrutura nas avenidas para facilitar o deslocamento de quem pedala ”, alertou bárbara barbosa.
A exceção na capital é a Ciclovia Agamenon Magalhães, construída pelo prefeito João Campos (PSB) depois de mais de seis anos de promessas das gestões anteriores, e implantada numa das áreas mais perigos aspara quem pedala: a avenida agame non Magalhães e o Viaduto Capitão Temudo, na área central da cidade.
O equipamento é, agora, a principal conexão entre bairros centrais do Recife e a Zona Sul, sendo alimentada diretamente por outras rotas cicláveis da cidade, como a Ciclovia Graça Araújo (que liga ao Bairro do Recife), e ciclofaixas da Zona Norte da capital.
No debate, mais uma vez foi cobrada a construção da Ciclovia da avenida caxangá, na Zona Oeste do Recife e um dos corredores de transporte por onde mais circulam ciclistas. Dados da Ameciclo apontam que 10 mil ciclistas us amavia diariamente.
“É um corredor que precisa de uma ciclovia urgentemente, como previsto no P DC. Como vereadora, destinei por duas vezes recursos para ajudar na implementação, masa prefeitura não avançou com o projeto. Foram duas emendas, cada uma no valor de R$ 160 mil, que poderiam ajudar na elaboração dos primeiros estudos pelo poder público, por exemplo”, destacou a vereadora Liana Cirne.
JOÃO CAMPOS PROMETEU 100 KM EM QUATRO ANOS
A cobrança por mais infraestrutura para a bicicleta foi feita porque, embora o Recife seja acidade que mais avançou na ampliação da malha cicloviária de toda a RMR, a capital recebeu críticas por ter reduzido o ritmo de implantação e ampliação da rede de ciclofaixas.
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), inclusive, prometeu implantar mais 100 km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas nos quatro anos da gestão, mas entre 2021 e abril deste ano, foram apenas 47,2 km e, em sua quase totalidade, de ciclofaixas e pulverizadas pela cidade, muitas sem conexão e em vias de pouco tráfego de veículos. Pelo menos até agora.
ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE CICLOVIA, CICLOFAIXA E CICLORROTA
Ciclovias são áreas implementadas especificamente para a circulação de bicicletas, que ficam separadas fisicamente das pistas onde trafegam os veículos motorizados, como os automóveis e as motocicletas. São o equipamento mais seguro para quem pedala.
Já as ciclofaixas não têm a segregação física do tráfego de veículos tão evidente. A divisão é delimitada com pintura e sinalizadores, como “olhos de gato”, tachões e placas de sinalização vertical. A proteção do ciclista não é eficiente.
Enquanto que as ciclorrotas são uma área de compartilhamento entre ciclistas e veículos, que não oferecem qualquer tipo de segurança para quem pedala. Também chamadas de rotas de bicicletas, são espaços indicados para interligar os pontos de interesse, ciclovias e ciclofaixas.
As ciclorrotas geralmente são sinalizadas no solo ou por placas e devem ser implantadas em vias de tráfego mais calmo, com velocidade limitada a até 40 km/h.