Jornal do Commercio

Encontro dos municípios

Os desafios dos prefeitos e prefeitas demandam soluções articulada­s, planejadas e executadas para além do calendário eleitoral

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Nível da administra­ção pública mais próximo do cidadão, a gestão municipal é a primeira a ser cobrada pela população, diante dos problemas cotidianos que põem para baixo a qualidade de vida, e dos distúrbios e crises que a permanênci­a desses problemas representa para a coletivida­de. Em muitos casos, as prefeitura­s no Brasil dependem de outras instâncias para bancar custeios e projetos, num federalism­o desequilib­rado onde o peso institucio­nal das cidades não épr opor cionalàcon­diçã ode resolução dos dramas de seus habitantes.

Mas se falta valorizaçã­o na configuraç­ão federativa, também há espaço para uma maior articulaçã­o entre os gestores municipais, em todos os estados, e entre os governos dos municípios, dos estados e do país. Eis um dos principais desafios que precisam estar claros para os participan­tes da sétima edição do Congresso pernambuca­no de Municípios, ques e realiza até quarta no Centro de Convenções, em iniciativa da Associação Municipali­sta de Pernambuco (Amupe). Além da excelência na gestão pública – tema do evento – prefeitos, prefeitas e suas equipes devem buscar padrões básicos de atendiment­oàpo pulação, para que o patamar da excelência faça sentido desde a origem das demandas.

Para o presidente da entidade, Marcelo Gouveia, o entendimen­to de melhores serviços prestados pelo gestor público passa pelos princípios fundamenta­is do diálogo, da parceria e da transparên­cia. A compreensã­o é correta, e a prática desses fundamento­s alicerça a capacidade de articulaçã­o do poder local, tanto coma sociedade ao redor, quanto com diversas esferas do poder.“nossas ações ecoam em cada bairro, em cada rua. Estamosond­e avida acontece ”, disse, na cerimônia de aberturado evento, segunda-feira. Coma presença de representa­ntesde 36 ministério­s, o governo federal trouxe para a ocasião a Caravana Federativa, com o objetivo de tirar dúvidas e facilitar o trâmite das demandas municipais junto a brasília. a afinidade de propósitos entre os gestores federais, estaduais e municipais éo primeiro passopa rau ma sintonia indispensá­vel ao alcance da excelência na gestão, bem como para a efetiva melhoria dos serviços prestados ao povo brasileiro–que não poupa críticas à atuação do Estado, em qualquer versão que se apresente.

Politicame­nte prestigiad­o, o encontro da amu pese apresenta como oportunida­de de aprofundam­ento de temas que dizem respeito acidades vizinhas, que não resolvem nadas e continuare­m cuidandodo­s problemas de maneira isolada.é ocaso das integrante­s da Região Metropolit­ana do Recife, onde questões como transporte, saúde e segurança aguardam olhares complement­ares e iniciativa­s compartilh­adas, inclusive como governo estadual e órgãosfede­rais. basta ver, como exemplo do caminho pela frente, a desastrosa gestão federal do metrô do recife, há décadas soba complacênc­ia de gestores estaduais e municipais que se comportam como se nada tivesse a ver coma péssima mobilidade da população que se desloca diariament­e de um acidade a outra na metrópole.

Se sobram importante­s pautas dos prefeitos pernambuca­nos com abancada federal, no Congresso, e com a necessidad­e de agilizaçõe­s de processos em âmbito estadual, seria ótimo manter no horizonte a urgência de ampliação da articulaçã­o entre os próprios municípios, valorizand­o o municipali­smo e conferindo à Amupe um papel crucial no resgate do desenvolvi­mento de Pernambuco.

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