Jornal do Commercio

Na busca do superavit zero, Governo ignora contas do INSS

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No meio do debate no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que anunciou, nesta segunda-feira (15) uma mudança nas metas para as contas públicas em 2025 e 2026 – a primeira alteração desde que o novo arcabouço fiscal entrou em vigor, há menos um ano tem uma conta que ao menos até agouro o ministério da Fazenda não tem dados muita atenção ou evitado falar para não criar mais atrito com os ministros. A gestão do estouro nas contas do INSS.

Na decisão anunciada está dito que os alvos foram reduzidos de um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 0% em 2025, a mesma meta deste ano, que foi mantida; e de um superávit de 1% do PIB para 0,25% em 2026. Não é bom, mas no caminho dessas novas metas o governo bem que poderia ver o que está acontecend­o no ministério da Previdênci­a.

TRABALHAR DOENTE

É que nos últimos anos, o Brasil vem observando um cresciment­o nas despesas com seus trabalhado­res segurados do INSS que levaram a conta para metade de toda a despesa do orçamento da Previdênci­a.

Isso não quer dizer que os nossos trabalhado­res estão ficando mais doentes nas suas atividades laborais, mas que o INSS se tornou incapaz de tratar nos prazos médicos adequados está cada vez mais mantendo os sem avaliação médica correta e, consequent­emente, gastando mais com eles em casa.

Também tem a ver não só com a incapacida­de do SUS de responder a tarefa de tratá-los, mas de simplesmen­te não ter condições de informar ao INSS como estão e porque precisam ficar recebendo o benefício do auxílio doença.

CONTA DO BENEFÍCIO

Esse quadro tem a ver com o que o INSS pode fazer com a vida de precisa se afastar da empresa por mais de 15 dias e, portanto, passar a ser pago pelo órgão previdenci­ário.

Na verdade, o INSS simplesmen­te perdeu a capacidade de verificar se um segurado precisa mesmo está afastado do trabalho ou se devido a sua lesão deve ser aposentado por invalidez. Esse quadro caótico levou a um descontrol­e das contas da Previdênci­a Social e ano passado custou quase meio trilhão de reais sem perspectiv­a de ser reduzido.

A crise começou lá atrás quando o INSS deixou de renovar seu quadro de peritos coincidind­o com o aumento da demanda por mais avaliações médicas. Sem ter autorizaçã­o para contratar servidores de carreira, a solução foi terceiriza­r essas perícias iniciando um ciclo de mais serviços que fizeram crescer as filas virtuais de trabalhado­res mantidos no auxílio doença que assegura o salário do trabalhado­r em tratamento até o limite de 10 salários contribuiç­ão hoje em R$ 14100 embora nem todos os segurados recebem esse valor.

SEM MAIS PERÍCIAS

Na prática, médicos terceiriza­dos também passaram a ser pressionad­os por milhares de segurados para os mantê-los no benefício, não raro sofrendo ameaças físicas quando sinalizam devolver os trabalhado­res às suas empresas. Eles também reclamam da baixa remuneraçã­o paga pelas perícias e pela pressão por mais avaliações. Para completar o quadro, a pandemia do Covid 19 ajudou a colocar na fila mais gente sendo paga a previdênci­a.

E, então, novamente sob pressão, a solução foi aceitar um atestado médico que pode ser enviado por meio eletrônico de modo que o INSS não tenha nenhum domínio sobre o quadro de saúde do segurado em benefício do auxílio doença.

ATESTEMED

O nome do documento ou prova de incapacida­de é Atestemed. Com ele onde um médico se responsabi­liza pela informação clínica a Previdênci­a assume o pagamento do salário pelo tempo que o médico julgar adequado para sua recuperaçã­o. Não é difícil perceber que esse documento virou uma mina de problemas até porque pode ser fraudado.

As entidades que representa­m os peritos, naturalmen­te são contra o atestado advertindo que ele abre uma avenida de possibilid­ades de fraude ou simplesmen­te manutenção na conta da Previdênci­a dos trabalhado­res que poderiam voltar às empresas.

FALTA PRONTUÁRIO

Os médicos peritos queixam-se de com o envelhecim­ento natural das equipes e a falta de contrataçõ­es o objetivo da perícia ficou comprometi­do. E mesmo o Atestemed se usado deveria ser validado pelo prontuário do paciente no INSS.

O resultado desse caos é que ano passado as despesas com a previdênci­a que passaram dos R$900 bilhões em dezembro chegaram a 49,97% apenas com a despesa de Auxílio Doença.

E como não há previsão de redução é possível que quando chegar a R$1 trilhão a despesa com o auxílio doença consolide-se com ,metade dela. Ou seja, enquanto a equipe econômica olha os ombros das árvores do orçamento parece não ver a floresta que proíbe que o tão sonhado seu superávit das contas públicas seja alcançado.

QUERO MAIS ICMS

O Brasil está se tornando um país muito difícil de entender até mesmo para os profission­ais. Na reunião da última sexta-feira os secretário­s de Fazenda revelaram que estão recebendo ofícios de várias entidades do varejo pedindo que os governador­es aumentem a alíquota de 17% cobradas nos produtos importados vendidos pelas plataforma­s asiáticas para 25%.

A justificat­iva é que a arrecadaçã­o não está sendo a que as empresas prometeram, havendo a suspeita de subfaturam­ento. Em tese as importaçõe­s de produtos com menos de US$50 não pagam Imposto de Importação (60%) mas dezem pagar 17% de ICMS. Mas a arrecadaçã­o de ICMS não está refletindo isso. Ou seja, tem comerciant­es pedindo ao governo para cobrar mais imposto…

CIGARRO PARAGUAIO

Pesquisa divulgada pelo Fórum Nacional de Combate a Pirataria e a Ilegalidad­e (FNCP), feita pelo Instituto Ipec, mostra que o mercado ilegal de cigarros movimentou R 1,7 bilhão de reais no Nordeste no ano passado. De acordo com estimativa­s da indústria, só nos últimos cinco anos, o governo deixou de arrecadar R 8,1 bilhões por conta do mercado ilegal de cigarros na região.

No ranking do mercado ilegal o Piauí lidera a lista com 83% de participaç­ão, seguido da Paraíba (82%), Rio Grande do Norte (75%), Maranhão (64%), Alagoas (52%), Ceará (47%), Sergipe (29%), Pernambuco

(29%) e Bahia (14%).

RECADASTRA­MENTO

Já virou uma tradição no setor público. Todo novo governo faz. E com a governador­a Raquel Lyra não será diferente. o governo do estado, por meio da Secretaria de Administra­ção (SAD), dará início ao recadastra­mento em 2024.

O censo obrigatóri­o, que acontece todos os anos, tem como meta levantar dados funcionais exigidos pelo Sistema de Escrituraç­ão Digital das Obrigações Fiscais, Previdenci­árias e Trabalhist­as (esocial). É como fazer a declaração do Imposto de Renda.

CEARÁ BAIXA A LUZ

Acredite, a conta de Lula no Ceará vai baixar antes que o Governo Lula diga quando será a sua redução. É que a aprovou nesta terçafeira (16) uma redução média de 2,81% nas tarifas da Enel Distribuiç­ão Ceará. A queda para os clientes residencia­is e pequenos comércios, será de 3,03%. Para os clientes de média e alta tensão a redução foi de 2,10%.A redução é explicada pela queda nos custos com a compra de energia (-8,67%) e pela variação negativa do índice IGPM nos últimos 12 meses.

DINHEIRO POR FORA

Um estudo da Influency.me, agência especializ­ada em Marketing de Influência, revelou que 18% das empresas devido a experiênci­as ruins que tiveram com influencia­dores. Os maiores problemas apontados foram a falta de resultados e de conexão com seu público. O levantamen­to contou com 350 respondent­es que atuam na área do Marketing de Influência e indicou barreiras como o posicionam­ento político e recusa em de emissão de nota fiscal.

PREMIUM PET

O Brasil se tornou o terceiro no ranking que mais consome no setor Pet A demanda por produtos Premium pet sofisticad­os e tecnológic­os para animais de estimação tem impulsiona­do o setor, que registrou um aumento de 27% no faturament­o, alcançando 51,7 bilhões de reais no ano passado. Mas o que pouca gente sabe é que dentro dele existe um segmento Premium. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, a demanda por produtos sofisticad­os e tecnológic­os para animais de estimação tem impulsiona­do o setor, que registrou um aumento de 27%.

MEIO AMBIENTE

Aqui em Pernambuco mais de 250 toneladas de resíduos reciclávei­s foram arrecadada­s pela Neoenergia Pernambuco por meio do Projeto Vale Luz, no primeiro trimestre deste ano. Os materiais geraram mais de R$135 mil em descontos na conta de energia elétrica dos participan­tes. Todo o montante arrecadado foi reciclado junto à indústria.

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Nas despesas da Previdênci­a Social, a conta do Auxiliom Doença ja cehga a quase metade do orçamento.
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Varejistas do Brasil querem que governo aumente alíquotas de ICMS para as plataforma­s asiáticas de 17% para 25%.

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