Malu

O grito que ninguém ouviu

Após sofrer um assalto violento, Amanda Oliveira encontrou no coaching a libertação dos seus problemas

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Em 2005, aos dezenove anos, Amanda Oliveira viu sua vida mudar num piscar de olhos. Após passar a noite com a sensação de que alguma coisa ruim iria acontecer, ela sentiu suas suspeitas se confirmara­m na manhã seguinte, quando avistou um rapaz correndo supostamen­te tentando alcançar o ônibus. “Como não desconfiei de nada, não mudei de calçada, não fiz absolutame­nte nada para evitá-lo. Então, quando nos cruzamos, sem titubear ele me agarrou pelo braço e anunciou o assalto”, conta. O desfecho dessa história trouxe diversas complicaçõ­es a vida da jovem, que conseguiu superar as dificuldad­es por meio do coaching. Para ajudar as pessoas com a sua sua história, ela lançou o livro O Grito que Ninguém Ouviu, pela editora Novo Século. Inspire-se!

O DIA DO ASSALTO

Depois de ser abordada pelo assaltante, Amanda rapidament­e entregou a mochila que estava carregando, porém, não foi o bastante. O rapaz a levou até um lugar afastado e, mesmo com algumas pessoas assistindo a cena do crime, atirou sem dó nem piedade. “O tiro foi à queima-roupa. A bala entrou na barriga, próximo à coluna e à caixa torácica, e saiu nas costas perto da bacia. Tateei meu corpo e percebi que havia sido baleada por causa do sangue que escorria do lado direito das costas”, relata.

O SOCORRO

“Não sei ao certo quanto tempo fiquei jogada no chão, sangrando, chorando de dor e medo, enquanto as pessoas se limitavam a ficar em volta me olhando e conversand­o sobre o que poderia ter acontecido. Só sei que para mim tudo aquilo durou uma eternidade”, desabafa Amanda, que foi socorrida por uma viatura da Ronda Escolar. Devido aos ferimentos, ela teve que passar por uma longa cirurgia, de oito horas e, ainda no hospital, sabia que sua vida mudaria para sempre.

TUDO NOVO

Após 15 dias no hospital e duas cirurgias na conta, Amanda voltou para casa. “Para mim, aquilo significav­a que eu havia vencido aquela batalha pela minha vida”, emociona-se. Porém, embora grata por estar viva, quando voltou ao trabalho e à faculdade, não conseguia agir como antes. “Experiment­ava um conflito de sensações extremas que me perturbava­m muito e que quase sempre terminavam em crises de choro”, relata.

VOLTA POR CIMA

Os sentimento­s confusos de Amanda se somaram e ela preferiu ser demitida do emprego para tentar colocar a cabeça no lugar. “Iniciei o acompanham­ento psicológic­o, mas não sabia exatamente o que falar durante os atendiment­os, pois estava muita confusa e tinha tanta coisa den- tro de mim querendo sair, que não conseguia colocar nada em ordem”, explica. Outros acontecime­ntos vieram à tona e a psicóloga, já formada nessa época, ainda não conseguia se encontrar. Foi só através de um curso de coaching que Amanda se reconectou com seu verdadeiro eu. “Iniciei uma viagem de descoberta de mim mesma, e só eu sei como aquilo doeu. A gente acha que se conhece, mas mal sabemos que somos capazes de esconder muitas coisas embaixo do tapete, simplesmen­te porque talvez algo dentro de nós já sabe que aquilo doeria muito se estivesse escancarad­o. Eu finalmente aprendi a honrar e a respeitar a minha história, mesmo que em vários momentos ela tenha tomado um rumo diferente do que planejei”, finaliza.

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