Paloma Bernardi
No ar em A Terra Prometida, ela conta os desafios de interpretar uma personagem tão cheia de nuances
A Samara é a personagem mais forte que você já interpretou?
“Com certeza! Acho que é o trabalho mais desafiador da minha vida. O texto é bem rebuscado, tem aquela pegada bíblica. A minha personagem não é bíblica, mas vive nesse universo. Então, o texto tem uma maneira de falar mais difícil. Por isso, fui atrás de professores para me ajudarem na parte teórica. Todo esse trabalho por trás das câmeras me abasteceu, me enriqueceu muito. E estou me abastecendo a cada dia. O figurino também já dá um peso. O cabelo também: coloquei um apliquei, fiquei com um cabelão. Tudo isso me deixa cada vez mais dentro desse universo.”
Quanto a Samara ocupa do seu dia?
“24 horas (risos).”
O Thiago (Martins, namorado da atriz) ajuda você a decorar o texto?
“Torce muito. Nós estamos nos desencontrando. Ele está viajando com uma peça e fazendo shows e, além disso, vai começar uma novela. A gente fica dando apoio virtual um para o outro. Sempre nos apoiamos, sempre.”
Está curtindo o figurino da Samara?
“Muito! Ela tem um figurino lindo. As cores, uma mistura de roxo com verde, eu amo, combina com os meus olhos. O cabelo pretão traz uma força para a personagem, uma vilania bacana. Normalmente, quando vou gravar, já chego no estúdio com a energia que precisarei para aquele dia. Esses dias, alguém chegou para mim e perguntou o que eu tinha, disse que eu estava meio desanimada. Aí, expliquei que ia gravar uma cena de emoção, de choro. Então, já chego no estúdio desde de cedo com essa energia mais baixa para conseguir mergulhar na história.”
O que mais a impressiona em relação ao período em que a novela se passa?
“As grandes dificuldades. Imagine viver no meio do deserto sem o mínimo de higiene, sem o mínimo de dignidade. Hoje, lutamos para ter a nossa própria casa, pelo alimento de cada dia, pelo estudo, saúde... Viver no deserto é muito difícil, é o perigo batendo à sua porta. Você precisa dormir atenta. Dormir sabendo que a qualquer momento tem que levantar, pegar suas coisas e correr para sobreviver. Viver essa adrenalina não é fácil. Para beber água tem que ir até o rio, para tomar banho tem que andar muito. Claro, na novela, as coisas são mais leves. Mas estudando, tudo é mais complexo: fome, cansaço, suor, calor, doenças, batalhas. É um universo complicado e riquíssimo.”
Como foi a transição da Globo para a Record?
“Foi tranquila. Sou atriz e estou em busca de bons desafios, bons personagens, boas histórias para contar e sempre abraçarei esses projetos onde confiarem em mim e acreditarem no meu trabalho.”