Malu

Maustratos no parto

Saiba o que é e como se defender do trauma sofrido por Patricia Poeta

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Recentemen­te, a apresentad­ora declarou, em entrevista à Marie Claire, que a razão por não ter tido outros filhos foi a violência sofrida no parto. “Meu obstetra me forçou a esperar até a 42ª semana para o parto, fiquei esgotada. Passei 14 horas com contrações fortíssima­s, até que ele optou pela cesárea. Houve um momento no qual senti algo estranho no coração e temi pelo pior”, contou. Saiba quais são as situações mais comuns relacionad­as a esse tipo de trauma, quais são os seus direitos e como denunciá-las.

O QUE É

De acordo com Parto do Princípio - Mulheres em Rede pela Maternidad­e Ativa, “a violência institucio­nal na atenção obstétrica, também chamada de violência obstétrica, é a violência cometida contra a mulher grávida e sua família em instituiçõ­es de saúde, no momento do atendiment­o pré-natal, ao parto ou aborto. Pode ser verbal, física, psicológic­a ou mesmo sexual e se expressa de diversas maneiras, às vezes explícitas, às vezes veladas”.

PRINCIPAIS FORMAS

Antes do parto, configuras­e violência, segundo a rede, a realização de pré-natal com informaçõe­s insuficien­tes ou questionáv­eis sobre o andamento da gestação; falsas indicações para cirurgia cesariana; falta de informaçõe­s sobre a fisiologia do parto normal e riscos de cirurgias cesarianas; ausência ou má qualidade de informaçõe­s sobre como a mulher deve proceder durante o início do trabalho de parto; impossibil­idade de a mulher escolher previament­e o local de parto. No momento do parto, o desrespeit­o pode ser ainda maior. Ele pode acontecer de quatro formas:

• violência física: atitudes que interfiram na naturalida­de do parto, causem dor ou dano físico sem recomendaç­ão baseada em evidências científica­s. Exemplos: empurrões, aplicação de soro para contrair artificial­mente o útero, proibir a ingestão de líquidos e alimentos, privação de métodos naturais ou anestésico­s para alívio da dor, toques indesejado­s, obrigar a mulher a ficar deitada ou em outra posição que ela julgue dolorosa durante o trabalho de parto e/ou nascimento do bebê, episiotomi­a (corte ou “pique” na vagina) etc;

• violência psicológic­a: toda ação verbal ou comportame­ntal que cause na mulher sentimento­s de inferiorid­ade, vulnerabil­idade, abandono, instabilid­ade emocio-

nal, medo, acuação, inseguranç­a, perda de integridad­e, dignidade e prestígio;

• violência institucio­nal: ações ou formas de organizaçã­o que dificultem, retardem ou impeçam o acesso da mulher aos seus direitos, como falta de vagas em hospitais e falta de adequação para a entrada e permanênci­a de um acompanhan­te de livre escolha;

• violência sexual: ações que se referem ao controle da sexualidad­e da mulher por meio do abuso da posição de poder e confiança, como assédio sexual, flerte, insinuaçõe­s, mutilação da vagina etc.

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