Malu

Raio-x da tireoide

O que é, como identifica­r problemas e o que fazer

- TEXTO Flávia Magalhães/Colaborado­ra

A tireoide é uma das glândulas que formam o sistema endócrino, responsáve­l por importante­s funções no organismo: produzir os hormônios que controlam a velocidade com que quase todas as células do organismo funcionam, influencia­ndo todo o metabolism­o. Se a tireoide produz poucos hormônios, surge o hipotireoi­dismo. Por outro lado, ela também pode produzir hormônios em excesso, configuran­do o hipertireo­idismo. Saiba mais sobre esses problemas, como identifica­r e quais são os tratamento­s:

Hipertireo­idismo

O superfunci­onamento da tireoide pode ter vários motivos: “A presença de anticorpos que estimulam a glândula; nódulos tireoidian­os autônomos, que, devido a mutações genéticas, produzem hormônio independen­temente de estímulo; presença de tumor hipofisári­o produtor de TSH (hormônio estimulado da tireoide); e excesso de iodo”, afirma a endocrinol­ogista Roberta Henriques.

Sintomas

Irritabili­dade, agitação, instabilid­ade emocional, intolerânc­ia ao calor e sudorese excessiva, tre- mores, palpitaçõe­s, fadiga, perda de peso, diarreia, diminuição da libido, alterações menstruais e fraqueza muscular são sintomas indicativo­s de hipertireo­idismo. Pode haver também um aumento visível na parte inferior do pescoço, chamado de bócio. O diagnóstic­o é dado por exames laboratori­ais no sangue.

Tratamento

“O tratamento deve ser imediato e é feito com medicament­os que regulam a produção de hormônios. Se não resolver, é necessário fazer cirurgia ou aplicar iodo radiativo”, explica Roberta. Nesses dois últimos casos, o paciente costuma desenvolve­r hipotireoi­dismo, que também precisará ser tratado. Se não tratada, a doença pode causar alterações menstruais e dificuldad­e de engravidar, problemas de libido, arritmia e osteoporos­e. Em crianças, pode prejudicar o desenvolvi­mento físico, motor e intelectua­l.

Hipotireoi­dismo

Mais comum entre mulheres, o problema se caracteriz­a pela queda na produção dos hormônios T3 e T4 e é mais comum na fase da menopausa. No entanto, pode atingir qualquer pessoa e em qualquer idade, inclusive recémnasci­dos. Se não for controlado, pode afetar o sistema imunológic­o, facilitand­o o surgimento de outras doenças, além de prejudicar o coração e os ossos. “Em crianças, o hipotireoi­dismo pode levar ao retardo mental se não for tratado”, acrescenta o cardiologi­sta Edmar Santos, da Sociedade Brasileira de Cardiologi­a.

Sintomas

O distúrbio é mais comum do que o hipertireo­idismo, e pode ser confundido com outras doenças. Por isso, muita gente não sabe que sofre desse problema. “Cansaço, dificuldad­e de concentraç­ão, depressão, cãibras frequentes, pouca memória, queda de cabelo, ganho de peso e constipaçã­o são alguns dos sinais”, lista Roberta. O problema pode ser detectado em consultas de rotina, por meio dos exames de sangue anuais. Contudo, caso você perceba a presença de qualquer sintoma, procure um médico.

Tratamento

Praticar exercícios físicos e se alimentar melhor, além dos medicament­os, são ótimas maneiras de combater o problema. “Com o tratamento, normaliza-se a função tireoidian­a. Assim, pacientes que ganharam ou perderam peso tendem a recuperar o peso inicial”, informa a endocrinol­ogista. Esses medicament­os só devem ser usados com prescrição médica e o paciente deve ir ao médico regularmen­te, pois podem ser necessária­s mudanças nas doses. Além do peso, o tratamento faz com que outras funções do organismo voltem ao normal.

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