Enxaqueca crônica
Aprenda a identificar os sintomas, reconhecer as causas e tratar corretamente esse problema
Repare na seguinte situação: sua dor torna-se mais forte e incômoda a cada crise de enxaqueca? Se a resposta for afirmativa, há um indício de que o quadro de enxaqueca evoluiu. “A enxaqueca é uma doença crônica, com fases de exacerbação e de remissão, e as manifestações das crises vão se modificando com a idade - com crises normalmente mais intensas na adolescência e início da idade adulta e menos intensas na velhice, podendo ocorrer, nesta fase da vida, crises isoladas de aura sem cefaleia”, explica o neurologista Fabio Sawada Shiba.
1. Frequência da dor:
a enxaqueca tem duração de 4 a 72 horas. É importante ter na ponta do lápis os intervalos da dor, tais como o tempo no qual ela persiste.
2. Alimentação:
os alimentos in geridos também devem ser levados em conta na hora de identificar as causas da enxaqueca. Por isso, é importante prestar atenção em tudo o que você come, inclusive aos lanchinhos.
3. Analgésicos:
um dos principais indícios de que a enxaqueca evoluiu para o quadro crônico é quando o paciente não faz uso frequente de analgésicos. Isso porque, quando eles são tomados de maneira indiscriminada, podem fazer com que as dores voltem ainda mais fortes e não reajam mais aos seus efeitos.
4. Demais sensibilidades:
cheiros fortes, sons altos e alguns tipos de iluminação podem se tornar fatores para o início de uma crise. Se a dor for desencadeada por conta do perfume de algum colega ou a cabeça começar a doer enquanto assiste televisão, é preciso observar a frequência com a qual esses incômodos ocorrem.
1. Tratamento abortivo:
a dor é interrompida assim que começa a se manifestar. “Este tratamento é indicado para os casos em que os episódios de dor são menos frequentes (normalmente menos de duas vezes por mês) ou nos casos em que as crises são mais brandas. Existem vários tipos de remédios diferentes que podem ser usados”, explica. Porém, é imprescindível a realização de uma consulta com um neurologista, pois, além de indicar a medicação correta, o profissional também se encarregará de explicar as formas corretas de uso.
2. Tratamento profilático:
“É um tratamento em que o indivíduo irá tomar um medicamento diariamente para evitar que o episódio de dor ocorra. É uma forma bastante eficaz para os casos de dores frequentes, que ocorrem mais de duas a três vezes ao mês”, explica Daniel.
3. Diário da dor:
o paciente anota todas as informações relevantes que se referem às crises de enxaqueca para serem passadas ao especialista. “É uma modalidade de tratamento que ajuda a evitar os ‘gatilhos’ da dor, como substâncias (alimentos, bebidas, medicamentos, drogas) que podem desencadear a enxaqueca. Desta forma, orientamos estes indivíduos a preencher um diário anotando os episódios de dor, suas características e ou que foi ingerido nos dias que antecederam a crise. Após alguns episódios, cruzamos os dados e observamos se há algum elemento em comum entre eles. Encontrando algum elemento suspeito, orientamos o indivíduo a parar o consumo deste elemento e observamos se as dores diminuem ou desaparecem”, salienta o neurologista.
“Cura para enxaqueca, propriamente, não existe. Porém, comumente os episódios de enxaqueca tendem a diminuir e ceder quase que totalmente em grande parte dos indivíduos após os 50 anos”, comenta o neurologista Daniel Schachter.