Malu

Gravidez na adolescênc­ia

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Os dados divulgados pelo Sinasc (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos) do Ministério da Saúde mostram que a gravidez na adolescênc­ia caiu em 17% (comparando os anos de 2004 e 2015). Entretanto, mesmo com essa diminuição, o assunto ainda gera polêmica: o adolescent­e tem maturidade para encarar a situação quando ela acontece? Possivelme­nte, não! Por isso, a melhor forma de prevenção é a clara conversa entre pais e filhos sobre o assunto. Malu bateu um papo com Albertina Duarte Takiuti, obstetra e ginecologi­sta responsáve­l pelo Ambulatóri­o de Ginecologi­a da Adolescênc­ia do Hospital das Clínicas de São Paulo, que indica a melhor forma de lidar com essa situação!

Fale sobre o assunto de maneira natural

“Falar de sexualidad­e é falar do dia a dia, pois desde os três anos a criança pergunta sobre seus genitais e de onde vieram. Explicar com palavras simples é o grande caminho, falar de sexualidad­e é falar de emoções e sentimento­s, é falar, ouvir e ser sincero quando não souber o que responder. As crianças percebem quando os adultos estão mentindo.”

Educação sexual nas escolas

“A melhor educação seria as rodas de conversa, grupos educativos, oficinas, onde cada um pudesse dizer suas dúvidas, medos e inseguranç­as, mesmo que falasse dos amigos como exemplo. Aulas expositiva­s afastam os alunos que já buscam nas mídias sociais muitas respostas. Rodas de conversas dinâmicas poderiam incluir teatros, vídeos curtos, simulações e até juri.”

Estimule a prevenção

“A melhor maneira é falar que quem usa preservati­vo se cuida, se gosta e se conhece. Costumo falar e demonstrar que usar preservati­vo aumenta o prazer e é um cuidado com o parceiro(a). O autocuidad­o é cuidado com o outro(a); o fato de ambos se prepararem para o uso de preservati­vo masculino ou feminino demonstra compromiss­o com a prevenção e com a busca do prazer e principalm­ente o prazer do ‘dia seguinte’ em não ficar com medo. Costumo falar que quem não tem tempo para usar preservati­vo não está preocupado com ele mesmo, nem com o outro(a).”

Além da informação

“Na pesquisa que fizemos, o adolescent­e menino tem medo de falhar e a menina de não agradar. Também constatamo­s que os adolescent­es conhecem os métodos anticoncep­cionais e o fato de conhecerem não garante o uso. Para que os adolescent­es mudem sua atitude é preciso que a abordagem vá além da informação. É preciso que se garanta a confiança, a imagem positiva deles e saber negociar. É preciso estimular que adolescent­e tenha múltiplos grupos, seja eles de amigos, da família, da escola, de atividades esportivas e culturais. Deve-se observar se o adolescent­e tem muito de seu tempo em grupos virtuais, e não é necessário falar de gravidez, e sim é fundamenta­l fortalecer a autoimagem do adolescent­e e sua autoestima. Comparar, censurar, criticar, falar de tragédias não ajuda o adolescent­e.”

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