Malu

Lima Duarte

Um dos mais queridos atores do Brasil relembra seus grandes momentos de vida

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Vida pessoal

“Eu sou um solitário, vivo sozinho e só penso nos personagen­s. Tenho um porção de filhos e netos na Austrália, e agora que descobri o celular, fico vendo as fotos deles.”

Redes sociais

“Eu não tenho nada disso. Só recebo fotos, um monte de besteira, a respeito de mim, a respeito do mundo, a respeito de tudo. Só as fotos me bastam. Eu assisti ao início do rádio e ao fim do rádio.”

O rádio acabou?

“Virou outra coisa. O horário nobre agora é as 9 da manhã. O meu rádio acabou, do Ary Barroso, Almirante, esse acabou. A televisão como era antes também acabou. A internet, Netflix e Globo Play acabaram com a televisão. Agora sobre o começo da internet que estou assistindo, não contem comigo (risos). É isso!”

Lembranças do passado

“Outro dia eu estava gravando, e chegaram para mim dizendo: ‘Grava aí porque depois temos que derrubar esse cenário’ – era o cenário do meu personagem. Gravei várias cenas, tinha uma televisão entre os objetos, era dia 18 de setembro, e me lembrei que nesse mesmo dia, em 1950, foi ao ar a primeira transmissã­o de televisão da América Latina, a TV Tupi de São Paulo, e eu estava lá. Quando contei isso, ninguém abriu a boca. Todos morreram, Hebe Camargo, Vida Alves, Walter Foster, só eu estou vivo e estou aqui ainda enfrentand­o mais um personagem. O espectador me tem como um velho amigo que vem contar piada. Num momento tão difícil como vive o país, eles olham para mim e dizem: ‘Olha esse aí, lá vem falar aquelas besteiras dele’. Eu gosto.”

Personagen­s antigos

“O público lembra muito dos personagen­s que eu já fiz, principalm­ente do Sinhozinho Malta ( Roque Santeiro), do Afonso Lambertini ( Da Cor do Pecado). Eu continuo querendo melão (risos).”

Vida pacata

“Agora eu moro num sítio no interior de São Paulo. Eu tinha um apartament­o no Vidigal (Rio de Janeiro), vendi, comprei uma casa na Urca, e trabalho aqui há 46 anos. Fico me dividindo entre os lugares. Faço gravações durante o dia inteiro e vou embora para o interior de São Paulo no fim do dia.”

“O espectador me tem como um velho amigo que vem contar piada.”

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