“Meu marido é gay!”
Saiba o que fazer se você passar pela mesma situação de Suzy, de O Outro Lado do Paraíso
Na trama das nove, a personagem de Ellen Rocche passou por uma grande surpresa. Após se casar, descobriu que o marido, Samuel (Eriberto Leão), gostava de se relacionar com homens. Na novela, a história faz parte do núcleo cômico, porém, na vida real, passar por uma situação assim pode ser algo bem complicado para a mulher. Malu bateu um papo com os psicólogos Roberto Debski, Sirlene Ferreira e Marina Vasconcellos, que vão ajudá-la a entender melhor esse assunto.
Quais são os sinais?
“A homossexualidade não é uma patologia, então, não podemos definir que há sintomas. O que existe é a pessoa mostrar, em comportamentos, que ela não está satisfeita com a vida que está levando”, explica Sirlene, que indica indícios como energia sexual baixa, infelicidade, falta de vontade de transar, como possibilidades que devem ser analisadas.
Como abordar o assunto?
De acordo com Marina, “Se ele está casado com uma mulher, provavelmente não teve coragem de se assumir gay por questões familiares, sociais ou religiosas, e não se trabalhou emocionalmente para enfrentar qualquer preconceito. Ou mesmo não se deu conta de sua orientação sexual antes por alguma trava psicológica, e com o tempo foi se percebendo gay”. “Quando, em algum momento, a situação se revela e não pode mais ser um segredo, o melhor a fazer é conversar abertamente, sem dramas. Abra o coração sobre suas emoções, necessidades, sobre a relação e avalie verdadeiramente qual o papel de cada um e as expectativas. Cogite buscar ajuda e orientação profissional”, comenta Debski. Já a Sirlene completa alegando que, para abordar o assunto de homossexualidade, é necessário ter intimidade com o par, assim ele se sentirá seguro em se abrir e dizer mais sobre sua orientação.
Conversando com os filhos
“Esse é um assunto de adultos. E pai e mãe não precisam da autorização dos filhos para tomar uma atitude”, pontua Sirlene, que também complementa: “A criança está preparada? Vocês já conversaram antes em casa sobre o que é ser gay?”. Segundo ela, a família deve avaliar se o filho está pronto para fazer parte do assunto e, em alguns casos, a ajuda profissional de um psicólogo é essencial para que eles enfrentem o momento sem traumas.
Relacionamento aberto dá certo?
“Se o casal decidir permanecer junto tendo outros relacionamentos, ou qualquer outra opção que escolherem, deve saber que o modelo deverá ser bom para ambos. Não é possível que um se sinta bem com a situação e o outro esteja sofrendo e infeliz. Quando o acordo é satisfatório para os dois, se houver respeito e se mantiver a dignidade de cada um, pode ser possível a convivência”, finaliza Debski.
“Há a possibilidade de ele ser bissexual. Aí a escolha é sua de permanecer numa relação em que saberá que não será a única”, orienta Marina.