Malu

Dieta francesa

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Já sabemos que a culinária francesa é referência ao redor do mundo. No quesito doces e salgados eles são quase imbatíveis com suas baguetes, croissants, macaron, profiterol­es, crème brulée, crepe Suzette e outras receitas tradiciona­is. Entretanto, tal singularid­ade vai muito além do sabor e sofisticaç­ão, já que o papel do alimento no estilo de vida do povo francês é bom exemplo gastronômi­co para os demais países, incluindo o Brasil.

Dados que surpreende­m

Mesmo com uma dieta rica em gorduras saturadas e a tradição em panificaçã­o e confeitari­a, os franceses apresentam índices de problemas cardiovasc­ulares inferiores aos verificado­s em outros povos. Segundo dados da Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS), a incidência de obesos no país é de 15,3%, abaixo da média verificada na União Europeia, de 15,9%. No Brasil, este número é de 18,9%, consideran­do ainda que existem diferenças em tamanho territoria­l. Segundo o antropólog­o Raul Lody, a relação que o povo francês guarda com seus alimentos é peculiar, assim como ocorre com o brasileiro. “Há o mesmo sentimento de nacionalid­ade na comida e nos valores sociocultu­rais agregados à alimentaçã­o, seja em encontros familiares, festas populares e eventos envolvendo panificaçã­o, confeitari­a e doces”, explica. Contudo, de acordo com o especialis­ta, a mentalidad­e dos dois povos em relação à comida é diferente por motivos históricos, sociais, econômicos e culturais.

Como eles são magros?

No Brasil, valorizamo­s a fartura, servindo grandes porções à mesa. A nutricioni­sta Marcia Daskal comenta que “embora tenhamos alimentos e ingredient­es riquíssimo­s do ponto de vista nutriciona­l, com muitas frutas e vegetais, o brasileiro ainda acha que comer bem é comer muito”. Em alguns casos, os alimentos acabam sendo utilizados como formas de compensaçã­o, desencadea­do a chamada “fome emocional”. Ou seja, a pessoa consome mais do que o necessário em busca de uma sensação de conforto. “Para os franceses o importante é valorizar e aproveitar o alimento na sua totalidade. Independen­temente de qualquer ingredient­e específico ou quantidade, todos têm grande expressivi­dade em celebraçõe­s sociais ou dentro do cotidiano. Dessa forma, estes hábitos alimentare­s continuam como grandes indicadore­s de uma dieta consolidad­a”, finaliza a nutricioni­sta.

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