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Em O Outro Lado do Paraíso, Sophia (Marieta Severo) não mede esforços para conseguir seus objetivos. Saiba como se proteger de pessoas mau-caráter como ela!
Sophia, personagem de Marieta Severo, já matou, roubou e até prejudicou os filhos na novela das nove. Na vida real, também existem pessoa assim, capazes de fazer tudo por poder e ambição. Para ajudá-la a identificar tais comportamentos e se proteger, Malu bateu um papo com Valdecy Carneiro, especialista em Medicina Comportamental pela Unifesp. Confira o que ele falou!
É uma patologia!
Carneiro explica que, segundo um dos manuais internacionais de referência, o DSM-V, a personagem de Marieta Severo poderia ser qualificada como Transtorno de Personalidade Narcisista. “Existem diversas formas de tratamento, mas nesse tipo de transtorno comportamental é sempre bom começar pela conscientização do indivíduo dos males que resultam de seus comportamentos e da sua visão de mundo. No mais, nossos comportamentos podem ser mudados com metodologias adequadas e muito treino”, orienta.
Como se proteger?
“Uma qualidade que falta atualmente na maioria das pessoas é a resiliência. Defino resiliência como a capacidade de não se deformar, não se perturbar, não se corromper e não se contaminar. Quando desenvolvemos a capacidade de acessar nossa resiliência, temos o poder de voltar ao nosso estado essencial, sem nos contaminarmos ou deformarmos com o conteúdo exterior, seja ele qual for, incluindo pessoas e meio ambiente”, comenta o psicólogo, indicando que essa é a melhor forma de se proteger de pessoas com transtorno de personalidade.
Afaste-se, se achar necessário
“Não podemos mudar ninguém, no máximo conseguimos mudar a nós mesmos. Cada um de nós tem um caminho próprio, queiramos ou não. Podemos apontar um caminho para alguém, mas não podemos obrigar essa pessoa a segui-lo. Daí já podemos deduzir que também não temos a obrigação ou dever de participar de atitudes que repudiamos. Se a pessoa realmente insistir em ter os comportamentos inadequados, como na novela, o melhor mesmo é manter-se distante. Lembro aqui uma citação, que sempre me norteou: ‘Compreender o mal não nos obriga a fazer parte dele’”, explica Carneiro.
É possível ajudar?
“Amigos e familiares podem ajudar muito por meio do estímulo às mudanças e apontando o que é disfuncional para a própria pessoa, incentivando a busca de profissionais capacitados que possam auxiliá-los. O mau-caráter tem uma visão de mundo dissonante dos valores predominantes na sociedade. Todo e qualquer comportamento pode ser treinado”, finaliza.