Amígdalas: quando retirar?
As amígdalas fazem parte de um complexo de defesa da cavidade oral do organismo, porta de entrada de diversas bactérias. A indicação cirúrgica somente ocorre após a relação custobenefício para o paciente ser avaliada pelo médico. Entenda!
Inflamações e infecções recorrentes
A inflamação nas amígdalas pode acontecer por origem viral, em seguida a quadros de gripe ou outras viroses respiratórias. Porém, também podem ter origem bacteriana. Neste caso, é preciso tratar com antibióticos. Segundo Wallace Nasciment, otorrinolaringologista do Hospital Adventista Silvestre, cinco infecções por ano nas amígdalas, em dois anos seguidos, ou três infecções por ano em três anos seguidos, já é indicação para cirurgia. “Casos de infecções mais graves, como abscesso nas amígdalas, também são indicação para a retirada. A cirurgia é indicada tanto para crianças quanto para adultos, mas as crianças recebem mais indicação por estarem mais suscetíveis às infecções de repetição e também por causa das alterações de crescimento, estatural ou até na formação da face”, explica o médico. Nos adultos, além das infecções de repetição, a indicação pode acontecer quando uma amígdala cresce mais do que a outra ou nos casos em que ela é muito grande e provoca ronco e apneia do sono. “É importante ressaltar que cerca de 70% das infecções da garganta são virais, portanto a grande maioria não precisa ser tratada com antibióticos. Se persistir, é importante procurar o otorrinolaringologista para que seja feita essa diferenciação: se a causa é bacteriana, que necessitará de antibiótico, ou se é viral, que deverá passar por tratamento sintomático apenas e acompanhamento”, explica o especialista.
Avaliação médica
Se a criança estiver tendo infecções recorrentes ou o adulto estiver sofrendo de apneia do sono (dependendo do tamanho das amígdalas e avaliação da garganta) ou amigdalites de repetição, vale mais a pena fazer a cirurgia para reduzir os riscos cardiovasculares, melhorar a qualidade de vida e diminuir as infecções, que podem se complicar. O diagnóstico precisa ser feito por um pediatra, clínico ou otorrinolaringologista.
Cuidados pós-cirúrgicos
Com relação ao pós-operatório, nas crianças, a recuperação da cirurgia é muito boa. Em cerca de sete a dez dias ela já é liberada para voltar às atividades. Nos adultos, a cirurgia incomoda mais. Geralmente são recomendadas duas semanas para voltar às atividades normais, mas a maioria se recupera bem.