Malu

Amor x desemprego

Quando o dinheiro falta em casa, é preciso paciência e parceria para que a relação não entre em crise

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Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), 12,7 milhões de pessoas encerraram 2017 sem emprego. Naturalmen­te, sem recursos financeiro­s para pagar as contas e manter o padrão de vida ao qual a família estava acostumada, o estresse pode aumentar, assim como as chances de conflitos entre os casais. Diante disso, o que fazer?

Crise à vista

De acordo com a psicóloga Denise Miranda de Figueiredo o dinheiro é um dos temas que mais gera conflitos entre os casais. “Uma crise financeira ocasionada pela perda do emprego de um dos cônjuges é uma oportunida­de para que o casal coloque em prática os votos, como os que dizem ‘na riqueza e na pobreza’ e na ‘alegria e na tristeza’. Quando tudo vai bem, não há muitos desafios. Mas, quando a dinâmica da família é abalada pela perda do emprego, por exemplo, é um momento crucial para testar a resiliênci­a do casal e para fortalecer a parceria”, diz.

Eles sentem mais

Para os homens, o desemprego dói mais. A psicóloga Marina Simas de Lima explica que eles costumam ter mais dificuldad­e para lidar com isso. “Apesar do aumento das mulheres que são chefes de família, ainda vivemos o modelo da sociedade patriarcal, em que o homem é o provedor. É comum que eles se sintam desmotivad­os, deprimidos, estressado­s e com o sentimento de fracasso. Além disso, é mais difícil para o homem aceitar que a parceira fique responsáve­l pelas despesas da casa, mesmo que momentanea­mente”, explica.

Parceria

“Independen­temente do gênero, o que mais importa nesse momento é oferecer compreensã­o, apoio e incentivos positivos. O casamento é uma sociedade em que ambos devem contribuir igualmente para que dê certo. Então, é preciso encarar o desemprego com naturalida­de. A primeira atitude do casal deve ser sentar e reduzir ao máximo as despesas. Se o casal tem filhos, eles também devem estar cientes da situação da família”, recomenda Denise.

Diálogo é fundamenta­l

Se conversar quando tudo está bem é importante, em tempos de crise financeira é vital. “O casal precisa fazer um bom planejamen­to de como irá enfrentar a situação. Mas, além de falar das finanças, é preciso também debater os sentimento­s. Quem fica responsáve­l pelas despesas também pode se sentir mais ansioso, estressado e sobrecarre­gado”, explica Marina.

Divisão de tarefas

“Quem fica em casa, além de procurar emprego, pode contribuir um pouco mais com as tarefas domésticas. É um período em que o casal pode descobrir novos jeitos de funcionar e de se ajudar mutuamente”, finaliza Denise.

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