Vânia de Brito
Início da carreira “Eu estou desde os dezessete anos no Rio de Janeiro, vim do Nordeste para estudar. Sozinha, morei um ano com meu irmão, que era da Marinha. A única referência que eu tinha na minha vida era o circo, que era no quarteirão da minha casa. Eu me inspirava muito nele e falava a mim mesma: ‘é isso que eu quero na minha vida, é isso que eu quero viver’. Então, essa parte lúdica da Agatha (personagem em Orgulho e Paixão) eu estou trazendo daí, dessas pessoas e desses personagens que correm a vida, dessas mulheres que têm um pouco de mãe, de amiga...” Assédio sexual
“Eu lembro que, quando era jovem, passei por algumas situações de ser canta- da por homens mais velhos. Mas eu sempre tive muito humor e sempre me saí muito bem dessas situações, nunca me senti encurralada, mas eu sei que tem situações muito complicadas. Por eu sempre estar sozinha, eu sempre soube me defender muito bem, contando com a ajuda do ‘Pai, Filho e Espírito Santo’, e foi isso mesmo. Eu tive que me bancar, e, por isso, desde os 16 anos, e desde então eu procuro melhorar como ser humano.” Relação com a filha
“A gente cresce diariamente, né? Eu tenho uma filha de trinta anos (Manuela Maya, filha com Wolf Maya, ator e diretor), e eu aprendo muito com ela. Fui mãe muito cedo e ela é meu porto-seguro, porque é muito madura, tem uma relação muito linda com a vida. Ela trabalha muito, é muito feliz e criativa. Então, a gente tem essa inspiração nos filhos, nos amigos e nas pessoas em volta.” Representação da mulher na TV “Eu acho que as mulheres brasileiras dão um show de otimismo, de coragem, de transformação, porque nosso país é muito incerto, a gente está em uma corda bamba o tempo todo. Eu me reinvento muito. De dez em dez anos ou de cinco em cinco anos, sempre estou querendo fazer algo novo. Para mim, a vida é um presente e é o presente, o agora, não existe futuro. Eu falo isso muito para os meus amigos. Tenho amigas maravilhosas, corajosas e lindas, em todos os sentidos.” Mulher madura
“Acho que a maturidade traz uma coisa que um dia eu ouvi da Glenn Close (atriz
americana): seletividade. Você já sabe, com a maturidade, o que você gosta de comer, o que você quer, qual o tipo de lençol e toalha que te arranha, o tipo de bebida que te dá azia ou que te da ressaca, o tipo de homem que te atrai, o tipo de conversa que você quer ouvir... Eu estou com 56 anos, mas me sinto com 40 e com vitalidade de 30.”