Malu

Rosi Campos

A atriz comenta sobre os desafios de sua atuação em O Tempo Não Para

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A personagem

“A posição da Agustina dentro da família é de resistênci­a. A Agustina não acha legal esse mundo novo que a família entra, não concorda com os costumes, acha que está tudo errado. Ela mete o pau em tudo que acontece agora. É uma novela com esse contraste muito engraçado. E não só isso, com contrastes sociais, tecnológic­os, burocrátic­os, coisas até que vêm daquela época e que continuam até hoje. O homem não muda tanto assim. Melhora umas coisas, piora outras, e assim a humanidade vai indo. Eu acho que o grande choque interessan­te é exatamente esse: como é que cada um vai se adaptar?”

Tema diferente na trama

“O elenco teve uma preparação muito legal, tanto física quanto de comportame­nto e linguagem. Aprendemos como as pessoas eram eretas e educadas. Fizemos uma preparação muito interessan­te dos congelados e com a relação com os escravos, que era muito diferente. O Dom Sabino nunca bateu nos escravos. O escravo entrava em casa, tinham os que serviam diretament­e a casa. Nós (família da trama) tínhamos os escravos que dormiam com as meninas, então era diferente.”

Bastidores

“Gravamos numa fazenda linda em Sapucaia, que foi a da família Lordello. Eram pessoas muito ricas, donas de praticamen­te uma fatia (de terra), como era antigament­e. Te davam as sesmarias, as capitanias, e você era dono de uma quantidade monstruosa de terra.”

Passado x presente

“Nós, mais velhos, fomos criados com muita educação, e uma das coisas que a gente mais sente falta nas pessoas mais jovens é isso. As pessoas não têm compostura. No aeroporto, colocam os pés no sofá. Eu acho horroroso isso. São coisas que você olha e fala: ‘Meu Deus, não dá para ter um pouquinho mais de educação?’. Ninguém precisa saber a cor da sua meia. Outro dia, eu estava no cinema e, de repente, tinha dois pezinhos ao lado da minha cadeira. Eu não vou mais em cinema para não ouvir gente falando, mexendo no celular e fazendo barulho de bala. Cinema para mim é sagrado. Eu ia no Cine Bijou, em São Paulo, quatro vezes por semana, e era um silêncio absoluto. Hoje você vai e o povo fica conversand­o, mexendo no celular...”

Exposição nas redes sociais

“Eu acho um saco tudo isso, Deus me livre! É um povo que se acha, que acha que está inovando. Mas ninguém está inovando em nada. A parte boa é a tecnologia. Outro dia, eu vi um documentár­io sobre tecnologia e geração Y e até entendi mais. É um documentár­io que fala do Youtube, do chefão da Apple, que começou tudo numa garagem. E é muito louco você imaginar que são garotos. Antigament­e, você ia ter dinheiro com 60 anos. Hoje em dia, um menino de 25 está milionário inventando aplicativo. O mundo de hoje é totalmente diferente e com dificuldad­es muito grandes, porque vocês vão vivendo uma flutuação horrorosa. Sei lá o que vai ser daqui a dez anos.”

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