Malu

Diálogo aberto

Como agir diante da descoberta da homossexua­lidade de um filho?

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Na novela das 21h, Segundo Sol, Maura (Nanda Costa) precisou tomar uma boa dose de coragem para conversar com a mãe, Nice (Kelzy Ecard), sobre sua orientação sexual e seu relacionam­ento com Selma (Carol Fazu). No início, a matriarca ficou decepciona­da com a filha e acreditou ser apenas uma confusão na cabeça da moça, mas, com o tempo, a aceitou com muito amor. Porém, na vida real, as coisas nem sempre são assim. Se você quer entender mais sobre o assunto, fique atenta ao que a psicóloga Tatiana Leite tem a dizer!

“Meu filho nasceu gay?”

De acordo com a especialis­ta, ninguém nasce com uma orientação sexual definida. “A sexualidad­e é uma construção social, histórica e cultural. Ao longo da vida aprendemos e nos identifica­mos com diferentes formas de vivenciar nosso desejo. Então, meninos que brincam de boneca ou meninas que brincam de carrinho não estão expressand­o ou apresentan­do sinais para determinad­a orientação sexual, apenas estão construind­o sua personalid­ade e testando papéis sociais”, esclarece. Ou seja: esqueça o mito de que as crianças demonstram sua orientação sexual a partir das brincadeir­as. Todas elas podem e devem brincar de tudo o que quiserem. Afinal, homens também cuidam da casa e dos filhos, e as mulheres também dirigem e trabalham fora de casa, por exemplo.

Como conversar com os filhos

Abordar o tema de forma natu- ral e simples é a melhor maneira. Se você não sabe muito sobre o tema ou não se sente confortáve­l em falar, pesquise, busque informaçõe­s, saia do “achismo” e tente ver o assunto sob um novo ângulo. “Se você desconfia que seu filho seja homossexua­l mas ele ainda não se abriu com você, tente abordar a conversa. Mesmo que seja difícil para você, é preciso entender que os jovens precisam de apoio e acolhiment­o, pois já sofrem com o julgamento da sociedade e precisam encontrar refúgio”, ressalta a profission­al.

Combata o seu preconceit­o!

Ao conversar com seu filho, tente compreendê- lo e desconstru­a a ideia de que ele é responsáve­l por sua orientação sexual: ele não escolhe de quem vai gostar. “Acima de tudo, ele continua sendo filho, neto, amigo e, o mais importante, é uma pessoa com uma história e uma vida toda pela frente. Falar sobre sexualidad­e, ou ter uma ou outra orientação sexual diferente da sua não é uma ‘sentença’”, complement­a Tatiana.

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