“Meu filho engasgou!”

O que fazer e não fazer diante de uma situação de engasgo

Você sabia que crianças menores de 10 anos, idosos, pacientes psiquiátricos e alcoólatras são os mais vulneráveis ao engasgo? Essa situação pode ser muito perigosa se a vítima não for socorrida a tempo, já que a asfixia pode causar a morte. Por isso, Jeanne Oiticica, otorrinolaringologista e otoneurologista, ensina como salvar uma criança engasgada.

Pra começo de conversa...

O engasgo é uma reação do organismo para expelir o que toma o caminho errado no sistema digestivo. A epiglote (pequena cartilagem localizada acima da laringe) funciona como uma porta. Ela se abre para permitir a entrada do ar nos pulmões e se fecha durante a ingestão de alimentos ou bebidas para encaminhá-los ao estômago. Quando a epiglote falha, o alimento entala na laringe, bloqueando a passagem de ar.

Principais vilões

Os corpos estranhos mais comuns no caso de engasgos infantis são as moedas (60% dos casos). Bolinhas de gude, botões, pilhas, alfinetes e tampas de garrafa também são objetos de alto risco para as crianças. “Entre as principais causas para os engasgos em crianças estão a ausência de dentes molares, capacidade visual reduzida o que dificulta na distinção de objetos -, e a distração”, salienta Jeanne

Como perceber um engasgo?

Os principais sintomas são: dor, desconforto, dificuldade de respirar, dificuldade para engolir, arroxeamento da face e zumbido na laringe. “Tosse persistente pode estar presente, pois é uma tentativa do organismo de livrar a área do corpo estranho”, ressalta a médica. “No caso dos bebês, arroxeamento, roncos estranhos, ruídos na laringe e choro também podem ser um sinal.

O que fazer e o que não fazer

Em crianças menores de um ano:

Vire-a de bruços com cabeça em altura mais baixa do que o quadril, apoiando-a nos braços. Coloque os dedos de uma das mãos apoiadas entre as bochechas do bebê, com cuidado. Dê cinco tapas fortes na região das costas, entre os ossinhos da costela.

Em crianças maiores de um ano:

Abrace a criança por trás, com uma das mãos em forma de punho fechado e a outra sobre ela para comprimir a região do diafragma, em sentido para cima, até que o objeto seja expelido.

Colocar a criança de cabeça para baixo e sacudi-la.

Colocar o dedo na garganta da criança, tentando puxar o objeto Dar água à criança.